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Mães e pais de criança com TDAH precisam de acolhimento

Monique Gonçalves MG
mãe e filhos se abraçam representando o acolhimento

Quem é mãe e pai de uma criança com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) vai entender perfeitamente o que vou falar aqui.

A rotina é intensificada e a gente parece estar em estado de alerta o tempo inteiro. Isso porque nossas crianças parecem sempre ser o “centro das atenções” onde quer que estejam. 

Percebemos os semblantes fechados, as festinhas para as quais muitas vezes a criança com TDAH não é convidada, os trabalhos em grupo nas escolas em que ninguém quer escolher a criança que “não para”... são situações que realmente cansam - e entristecem.

O TDAH é um distúrbio do neurodesenvolvimento. 

A hiperatividade e a dificuldade de atenção são apenas alguns dos sintomas, mas muitas vezes, são eles os aspectos mais perceptíveis nas crianças. Devido à falta de entendimento,  muita gente acaba se afastando delas.

Por esse motivo também é que as habilidades sociais da criança do TDAH precisam ser trabalhadas constantemente, sabemos.

Pessoas com TDAH têm dificuldades com as funções executivas e com socialização por não serem tão aceitas nos grupos. Isso, entre outros desafios, acaba atrapalhando seu desenvolvimento. Mas quem vê o esforço (e cansaço) dos pais e mães?

O que cuidadores de criança com TDAH gostariam que as pessoas entendessem

Imagina uma família tendo que explicar sobre isso todas as vezes em que questionam o comportamento de seus filhos? 

–“Nossa ele é hiperativo demais né?”
–“Ah! Sim, na verdade ele tem dificuldade de autorregulação, então automaticamente reflete em seu comportamento”.

Difícil, né? O ideal seria que a sociedade pudesse compreender o neurodivergente e dar espaço para que ele pudesse ser ele mesmo, sem distinção, sem ser julgado por cada ato e em cada passo que dá. 

Não é fácil para a família ouvir que seu filho é chato, que não consegue parar, que precisa ser “corrigido” porque é mal educado.

E fica também um alerta às escolas: 

Educadores também precisam ter empatia pelas famílias de crianças com TDAH. Somos julgados o tempo inteiro e às vezes só gostaríamos de ser chamados à escola para ouvir coisas boas a respeito dos nossos filhos. 

Estou dentro da sala de aula também, atuante e sempre tenho esse cuidado para que a família se sinta acolhida e para que possamos caminhar em parceria.

Se eu fosse realmente contar quantas vezes é preciso explicar o motivo de um comportamento “não aceitável” pela sociedade, eu viveria só fazendo isso!

Na verdade o que percebemos são pessoas querendo disciplinar o transtorno, e isso não é possível.

Portanto, tudo o que se ouve na maioria das vezes são palavras negativas a respeito da criança com TDAH (o que também colabora com a baixa autoestima delas).

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