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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Método BLW: dicas e cuidados na hora de alimentar o bebê

Ninhos do Brasil NB
Uma menina está sentada em uma cadeira alta comendo morangos sozinha. Deixar a criança comer sozinha é um exercício comum do método BLW.

Se você nunca ouviu falar sobre o método BLW, a gente te explica: ele significa o fim do “Olha o aviãozinho”; “Abre o bocão!”; “Hora de comer, comer”; e outras expressões famosas quando se trata de alimentar nossos pequeninos. 

Nessa abordagem, o bebê é quem guia o processo de introdução alimentar. Para isso, os bebês e os adultos envolvidos precisam estar preparados. Vamos entender um pouco mais? 

O que é método BLW?

A sigla vem do inglês e significa Baby-Led Weaning e a tradução em português é “desmame guiado pelo bebê”.

Nesse método, é o próprio bebê que conduz e protagoniza a introdução alimentar, tendo estímulos no ambiente e situações favoráveis para que ele assuma o controle.

É como se estivéssemos liberando os caminhos para o bebê criar um bom vínculo com os alimentos. 

O BLW proporciona aos pequenos o exercício da autonomia desde cedo. Isso inclui: 

A experimentação sensorial, já que conseguem explorar seus sentidos (olfato, paladar, visão, tato e até audição) no momento de comer;

Uma futura relação saudável com a comida, já que eles têm a liberdade para controlar a situação.

Mais do que um método ou técnica, o BLW é uma abordagem para encorajar pais e cuidadores a confiarem na capacidade que os bebês têm de se alimentarem sozinhos.

Quais são as vantagens e desvantagens do método BLW?

Assim como todo e qualquer método, o BLW também tem suas vantagens e desvantagens – saiba mais abaixo! 

Vantagens do método BLW 

Vamos conhecer as vantagens! O BLW pode ajudar: 

> O desenvolvimento psicomotor, já que trabalha a capacidade física (habilidades motoras para comer), intelectual e social do bebê; 
> O estímulo sensorial, já que estimula os cinco sentidos do bebê (ver, pegar, cheirar e mastigar os alimentos e ouvir o som de quando mastiga);
> O desenvolvimento da autorregulação, já que o bebê aprende a identificar quais alimentos consegue comer inteiros e quais precisam ser mordidos, para comer pedaços menores, por exemplo.

O que a autorregulação tem a ver com emoção?

Hora da curiosidade! A autorregulação é considerada um pilar da inteligência emocional, pois se fundamenta em “moldar” um comportamento para atingir determinada finalidade. 
Então, no caso dos alimentos pequenos e grandes, o bebê precisa entender como fará para comê-los sem se prejudicar, adaptando suas demandas cognitivas para alcançar esse objetivo. 

É, literalmente, o aprender na prática, em vez de reproduzir/copiar um comportamento que viu algum adulto fazendo 😊

> A redução da seletividade alimentar, já que, desde cedo, o bebê conhece as texturas e os sabores reais dos alimentos. Isso, naturalmente, contribui para uma relação saudável com a comida e pode ajudar a evitar o desenvolvimento de outros distúrbios alimentares;

> A sociabilidade, já que na mesa o bebê se comporta de forma mais independente (apesar de precisar de supervisão, sempre).

Desvantagens do método BLW 

Agora, vamos entender em quais quesitos o BLW pode não ser tão benéfico: 

> Sujeira (e não é pouca, viu?). Essa é uma das consequências mais previsíveis do método, e, convenhamos: o bebê com apenas 6 meses de vida só vai conhecer o mundo experimentando! 

Nesse sentido, alguns babadores e toalhas plásticas no chão podem ajudar a diminuir a bagunça;

> Maior risco de engasgo. Como o bebê ainda não desenvolveu totalmente a musculatura abdominal e das costas, ele pode engasgar com o alimento devido a má postura e desequilíbrio.

Por isso, antes de introduzir o BLW, é preciso verificar se o bebê já consegue ficar sentado com firmeza mesmo sem apoio para as costas.

A apresentação dos alimentos também é essencial para evitar engasgos. Alimentos cortados em pedaços muito grandes, muito duros ou em formatos inadequados, por exemplo, podem dificultar a mastigação do bebê. Confira dicas de cortes no final do texto!
 
> Maior tempo durante as refeições. Como toda nova fase requer experimentação e adaptação, esse método pode trazer uns bons minutos a mais do bebê na mesa. O importante é deixar o bebê à vontade para interagir com os alimentos;

> Ansiedade dos pais para os bebês comerem a quantidade idealizada. Aqui é preciso lidar com a expectativa dos adultos. Lembre-se: em qualquer método, não é legal forçar a ingestão de qualquer tipo de alimento.Lembre-se o processo é guiado pelo bebê;

> Tensão na hora de comer. Está relacionado com o fator anterior. Precisamos tomar cuidado para aplicar esse método da rotina do bebê: só é recomendado seguir se estivermos confiantes com nossos pequenos! Do contrário, o bebê pode sentir que existe uma tensão na hora da refeição e associar esse como um mau momento. 

Há contraindicações para o método BLW?

Sim! O método não é recomendado para bebês: 

  • Com menos de 6 meses de idade (ou que ainda não conseguem sentar com firmeza); 
  • Com histórico de alergia alimentar; 
  • Com condições médicas que possam afetar a capacidade motora ou cognitiva (o que pode interferir no momento do bebê manusear a comida). 

Na dúvida, converse com um pediatra antes 😊

Como iniciar o método BLW?

Iniciar o BLW é mais simples do que parece! Quando o bebê estiver sentado, coloque os alimentos à sua frente, deixando ele interagir e experimentar naturalmente. 

É importante não apressar o bebê e não ligar tanto para a sujeira (porque ela vai acontecer!). Busque criar um cenário bacana para a refeição – sempre à mesa, com a família – a fim de estimular o entendimento de que aquele é o momento certo de comer. 

Outra recomendação é oferecer apenas alimentos naturais, como frutas e vegetais frescos, tubérculos, proteínas (como carnes e ovos) e cereais. 

Método BLW: o que comer? 

A partir dos 6 meses de idade, é legal que o bebê já tenha contato com alimentos cozidos: 

> Vegetais (cenoura, brócolis, abobrinha, chuchu, vagem, beterraba, couve, vagem e couve-flor)
> Tubérculos (inhame, batatas e aipim)
> Cereais (milho, macarrão e arroz)
> Proteínas (carne bovina ou peito de frango cortado em tiras, peixes sem espinhas e ovo cozido cortado)

O ideal é não deixar os alimentos muito moles e nem muito duros (no caso das frutas), para não dificultar a experimentação do bebê. Isso vale tanto para a mastigação quanto para a hora de pegar o alimento.

Já para os temperos, você pode usar os naturais, como salsa, cebolinha, cheiro verde e cebola. 

E, claro, as frutas – pode ser a que você e seu pequeno mais gostarem!

Alimentos para evitar no método BLW

Qualquer alimento que o bebê não conseguir segurar com as próprias mãos, necessitando de talheres, precisa ser evitado nos primeiros meses do BLW, como: sopas, sucos, purês e sorvetes.

Também é importante evitar os alimentos que são muito duros (você pode prepará-los de forma que fiquem mais macios) e cortados em pedaços grandes, para evitar que o bebê engasgue.

Como fazer os cortes no método BLW?

Os cortes no método BLW dependem do que você oferecerá! 

  • Maçã e pera > rodelas finais, como batatas chips
  • Tangerina/mexerica/bergamota > em gominhos pequenos, sem sementes
  • Abacaxi > em rodelas fininhas ou cubinhos
  • Uva e tomate-cereja > cortar em forma de canoa, na perpendicular, sem sementes 
  • Cenoura > ralada ou em palitinhos
  • Brócolis > separar por buquês e oferecer o raminho inteiro
  • Carnes > cortar em tiras grossas e macias ou oferecer como bolinhos de carne

Como evitar o engasgo no método BLW?

Para evitar que o bebê se engasgue, busque: 

> Deixar o bebê na posição sentada; 
> Supervisionar o momento da refeição;
> Evitar oferecer alimentos muito duros e grandes;
> Evitar alimentos muito pequenos, como milho, castanhas e sementes;
> Oferecer alimentos com o comprimento maior do que a mão do bebê.

3 receitas de método BLW para investir

Vamos à parte mais saborosa da matéria: as receitas! Confira 3 pratos diferentes de BLW para oferecer aos bebês: 

1. Dadinhos de abobrinha temperada

Comece lavando a abobrinha para cortar em cubos. 

Depois, tempere a abobrinha com especiarias e temperos naturais de sua preferência, azeite de oliva virgem e coloque em uma assadeira. 

Leve ao forno a 180 °C e deixe por 40 a 45 minutos, para ficarem macios. 

Prontinho! Deixe esfriar e apresente para a criança.

2. Nuggets de peixe

Comece misturando 500 gramas de peixe desfiado e sem espinha com 1 xícara de aveia em flocos, cebolinha a gosto, 3 dentes de alho picado e 1 fatia de cebola picada. 

Em seguida, molde a mistura em formato de bolinhos, ajustando as laterais. Feito isso, será hora de empanar: passe essa mistura na gema de ovo e na farinha de trigo.

Então, é só pré-aquecer o forno por 10 minutos a 200 °C e assar os bolinhos de nuggets por 30 minutos – é bom checar a consistência antes de dar o tempo, para não deixar os nuggets muito duros e nem muito moles. 

Se a criança não comer tudo, você pode congelar por até 15 dias em papel-filme. 

3. Vegetais ao forno

Separe, na quantidade que preferir, abobrinha, berinjela, abóbora, pimentão, batatas, cenoura e inhame. 

Então, pré-cozinhe os vegetais e alimentos que forem mais duros – como a batata, o inhame e a cenoura – para depois assar.

Corte em rodelas (pode seguir a tabela de cortes que indicamos aqui na matéria) e disponha em uma assadeira com azeite e temperos frescos e orgânicos de sua preferência. 

Asse por até 30 minutos no forno a 180 °C e prontinho: é só deixar esfriar e servir ao bebê 😊

Importante! 

Vale lembrar que o método BLW é apenas uma das formas de realizar a introdução alimentar, que, a partir dos 6 meses, é um complemento ao leite materno.

Então, não precisa ter pressa: só siga este caminho se sentir que seu bebê e a família estão prontos para o desafio! Mesmo sendo uma abordagem bem interessante, pode não ser viável para muitas famílias – mas fique tranquila(o) quanto a isso, ok?


Independentemente do método, o departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta: 

É importante que a alimentação complementar seja junto com as refeições em família, incentivando a interação entre os membros da casa. 

Nesta fase, é de suma importância que os pais sejam orientados a ser o exemplo de hábitos alimentares saudáveis e a munirem-se de paciência, respeitando os limites impostos pela baixa idade, sempre agindo como um facilitador no processo de alimentação, proporcionando um ambiente tranquilo sem a utilização de estratégias coercitivas ou punitivas. 

Uma frase pode ser o resumo desta orientação: comer junto e não dar de comer”.

Inclusive, essa recomendação pode ajudar a criança a criar uma relação emocionalmente saudável com os alimentos. 

A nutricionista Eliane de Pádua escreveu sobre isso aqui: 


 

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