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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Meu filho tem TDAH: conheça a história de Eline e Lucca

Ninhos do Brasil NB
Filho e mãe, frente a frente de olhos fechados, se abraçam enquanto encostam os seus narizes. A imagem busca representar a relação com um filho que tem TDAH.

“Eu tô nervoso. Ajuda a me acalmar?” Esse é um pedido que o menino Lucca, de 9 anos, às vezes faz à mãe ou à professora. Depois de um abraço de 1 ou 2 minutos, ele fica mais calmo e vai brincar feliz de novo.

Lucca tem o diagnóstico confirmado de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) desde os 6 anos de idade e tomou medicamentos durante dois anos para controlar as explosões de irritação e aumentar o foco.

Atualmente, com a ajuda de uma neuropsicóloga e com o apoio da família, o menino consegue reconhecer e verbalizar suas emoções, os sinais de crise e pedir ajuda para lidar com isso.

Essa educação emocional foi fundamental para Lucca poder reduzir a medicação (hoje toma apenas em situações específicas de acordo com a orientação da neurologista que o acompanha). Mas foi uma longa jornada para chegar até esse momento.

A mãe, Eline Rocha, conta que começou a desconfiar do quadro quando o menino tinha 3 anos. “Como sou fisioterapeuta e trabalho com neurologia, percebi alguns sinais logo cedo no meu filho que me deram um alerta”.

Os sintomas de TDAH que a mãe percebeu

Lucca tinha dificuldade com movimentos finos, como o de pinça (quando polegar e indicador se juntam para pegar objetos pequenos). Eline também percebeu o comportamento mais agitado e explosivo.

“Meu filho sempre foi muito doce e carinhoso, mas tinha baixa tolerância a frustrações, onde acabava demonstrando um comportamento muito irritado. Ele não conseguia focar em nenhuma brincadeira. Pegava vários brinquedos, espalhava, não brincava com nenhum, se frustrava e ficava muito irritado”.

“Meu filho tem TDAH”: quando o diagnóstico, enfim, chega

Mesmo sem poder confirmar o diagnóstico (ele só poderia ser fechado em idade escolar, por volta dos 6, 7 anos), ela levou Lucca a uma neuropsicóloga. Em conjunto, começaram a trabalhar o aspecto emocional e físico – sempre de forma muito lúdica, com jogos, histórias.

Quando Lucca completou 6 anos, Eline o levou a outro profissional para fazer os testes neuropsicológicos. Dessa forma, após cinco sessões, confirmaram o diagnóstico e deram início ao tratamento medicamentoso.

“A medicação no início assusta as famílias, pois tem efeitos colaterais fortes, precisa de acompanhamento de várias especialidades médicas, mas quando acertada traz muita qualidade de vida para a criança”.

Paralelamente, Lucca continuou o acompanhamento com a psicóloga, que ajudou no controle emocional. Além disso, a parceria com a escola é fundamental, explica Eline. “Na escola tem muita informação visual e auditiva, que pode desencadear crises. A professora já sabe ajudar nesses casos. Às vezes, ele pede um abraço para ela, às vezes só precisa caminhar um pouco para se acalmar”.

Em casa, Eline conta que a ajuda que tem é da filha mais velha: “a irmã, Luiza, tem uma maturidade incrível, com 11 anos”, explica.

Para quem diz “meu filho tem TDAH”, um local de suporte

Eline Rocha hoje é uma das moderadoras de um grupo no Facebook de mães de pessoas com TDAH. Ela conta que no grupo vê crianças com diferentes graus de transtorno e nem todas precisam de medicação. “Nem sempre a medicação é necessária, algumas famílias conseguem controlar e aumentar o foco com florais, meditação, ioga, artes marciais”, explica a fisioterapeuta.

Nesse sentido, as maiores dificuldades nesse apoio são o abismo econômico  entre as famílias que podem custear o tratamento e as que não podem, e também a estrutura familiar em si. “Vejo as famílias do grupo bem desestruturadas. Normalmente os pais não aceitam o transtorno dos filhos e não participam em nada. Os avós costumam desautorizar as mães. Vejo mães exaustas, depressivas que também precisam de tratamento”.

Para as que não podem custear o tratamento, que é caro, Eline aconselha: “não desista perante essa dificuldade de acesso ao tratamento. Procure faculdades onde possa conseguir tratamento psicológico gratuito, ou de fonoaudiologia e terapia ocupacional. Cobre as consultas no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e, se necessário, entre com uma liminar para que seu filho tenha garantia de atendimento multiprofissional no SUS”.

Depois de superar o medo e a angústia, Eline reconhece o quanto aprende todos os dias com o filho: “O Lucca me fez uma pessoa muito mais paciente, pois sempre fui agitada, querendo tudo para ontem. Com ele, aprendi que tudo tem o seu tempo. Também deixei algumas formalidades de lado como, por exemplo, se ele ouve uma música no mercado e sai dançando, eu danço junto e assim vamos sendo felizes”. 💛

Eline compartilhou sua história e a de seu filho com o site Ninhos do Brasil. Você tem uma história ou dúvida sobre esse assunto? A conversa pode continuar na Rede de Carinho.

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