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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Ansiedade infantil: como identificar e ajudar a criança

Ninhos do Brasil NB
Ilustrando a ansiedade infantil, uma criança triste descansa no ombro de seu cuidador enquanto o abraça.

Ansiedade infantil é algo que já estamos bem acostumados a lidar: “Quanto tempo falta para o Natal? E para o meu aniversário? Minha avó já está chegando? Por que demora tanto?” Essa ansiedade ligada à expectativa pode até gerar um frio na barriga eventualmente, mas costuma não causar maiores sintomas.
 
É normal sentirmos medo e preocupações de algum tipo. E nós, pais e mães, sabemos disso muito bem! 

Mas fique atento se essas preocupações vierem acompanhadas de pensamentos ruins e catastróficos, de que tudo vai dar errado. Quando os medos geram sintomas físicos e levam a desistências frequentes, podemos estar diante de um quadro de ansiedade patológica.

E se engana quem pensa que isso é problema de adulto. A ansiedade é um dos problemas de saúde mental mais comuns na infância, ficando atrás apenas do Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção (TDAH).

Cerca de 10% da população infanto-juvenil sofre de algum quadro de ansiedade, em maior ou menor grau. Quem diz isso é o Programa de Transtorno de Ansiedade na infância e adolescência (PROTAIA), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Para Fernando Asbahr, médico psiquiatra à frente do PROTAIA (USP), é importante diagnosticar a ansiedade infantil e a tratar desde cedo. Isso reduz as chances do quadro evoluir para outros transtornos como a depressão.

O que é o transtorno de ansiedade? 

A ansiedade acima do normal são medos e preocupações desproporcionais aos acontecimentos. 

Primeiro dia na escola nova, prova escolar, falar com pessoas desconhecidas … Algumas crianças podem enfrentar tudo isso com naturalidade, mas, para outras, essas situações são muito assustadoras. “Será que eu vou saber fazer? E se eu cair e me machucar? E se rirem de mim? Não quero ir!”

Na criança ansiosa, assim como nos adultos, a sensação física é de estar diante de algo muito perigoso: o corpo se prepara para lutar ou para fugir, e os sintomas físicos aparecem.

O que caracteriza a ansiedade infantil?

A ansiedade é um dos transtornos que mais leva crianças aos consultórios. A busca por ajuda está relacionada a alterações de comportamento que causam agonia na criança e preocupação para os pais.

Algumas características da ansiedade infantil:

  • Dificuldades de relacionamento com amigos e família
  • Alterações no rendimento escolar
  • Sintomas somáticos como dores de cabeça, enjoos e tonturas
  • Pensamentos negativos constantes
  • Falta de motivação e criatividade

Sintomas de ansiedade infantil

É importante conversar muito com a criança para entender sua forma de pensar sobre as diferentes situações. Nesse sentido, algumas tendências das crianças com ansiedade infantil são:

  • Pensar de forma negativa e crítica.
  • Superestimar a probabilidade de acontecerem coisas ruins
  • Focar nas coisas que dão errado
  • Subestimar a própria habilidade para lidar com dificuldades
  • Ter expectativas de insucesso

Por isso, preste atenção se frases como essas se repetem com muita frequência:

- “Não consigo fazer isso” (antes de tentar)
- “Não quero ir” (para a escola, para uma festinha etc.)
- “Só vou se você for comigo”
- “Estou com dor de barriga”

Possíveis sintomas físicos de ansiedade infantil:

  • aperto no peito
  • tontura
  • falta de ar
  • tremor
  • suor
  • boca seca
  • respiração curta
  • palpitação
  • frio na barriga
  • dores musculares ou de cabeça
  • vontade frequente de ir ao banheiro

Fonte: PROTAIA-USP

Como tratar a ansiedade infantil?

O tratamento indicado para a ansiedade infantil varia com a intensidade dos sintomas. Nem sempre os remédios para a ansiedade são necessários. “Muitas vezes, só a orientação psicoeducacional melhora muito o quadro e já ajuda no longo prazo no tratamento da criança ansiosa”, explica o Dr. Fernando.

Normalmente, a primeira indicação é o acompanhamento com psicólogo na linha da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem da psicoterapia que busca identificar padrões de comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas. Essa linha parte do princípio de que é possível modificar um pensamento sobre um fato e, com isso, passar a ter uma visão mais positiva.
No caso da TCC para crianças, essa linha ajuda as crianças a identificar e nomear o turbilhão de sentimentos e pensamentos que decorrem das situações cotidianas. 

Remédio para ansiedade infantil é necessário?

O remédio para ansiedade infantil pode ser necessário dependendo da resposta da criança ao tratamento terapêutico. A medicação adequada será orientada pelo neuropediatra ou psiquiatra depois de uma análise cuidadosa.

A análise médica deve levar em conta o contexto familiar e a reação da criança ao TCC. Em caso da entrada de uma medicação, a resposta a esse tratamento também deve ser acompanhada de perto pelo profissional.

Dicas para lidar com crianças ansiosas

Irritar-se, gritar ou obrigar a criança a fazer algo só a deixa ainda mais ansiosa. Em vez disso, busque conversar e entender o que ela está sentindo. 

Num momento de crise de ansiedade infantil, é difícil para ela entender os argumentos lógicos. Dessa forma, não basta apenas explicar que a situação que ela imaginou é pouco provável, e que você não vai desaparecer depois de deixá-la na escolinha, por exemplo. 

Se perceber que ela está com sintomas físicos, tente ajudá-la com técnicas de relaxamento e respiração. Proponha inspirar o ar bem fundo e soltar devagar, contando até cinco. 

Como funciona o relaxamento para ansiedade infantil?

Existem exercícios e atividades que podem ajudar a ensinar a criança a se acalmar sozinha, tendo mais consciência do seu corpo e desenvolvendo a concentração e o autocontrole. Por exemplo:

  • A partir dos dois anos. Ponha a criança deitada em um lugar confortável e faça uma massagem nas costas dela. Você pode também usar um cobertor para envolvê-la, passando a sensação de segurança. 
  • A partir dos quatro anos. Sente-se em frente a criança, coloque um pouco de gel ou creme nas mãos e peça que ela esfregue as mãos e as assopre. A consciência da sensação diferente nas mãos e a respiração têm efeito calmante e de autocontrole sobre o corpo. 
  •  A partir de três anos. Deite a criança em um local confortável e coloque seu bichinho de pelúcia preferido sobre a barriga. Ajude-a a perceber como a sua respiração faz o bichinho subir e descer junto com os movimentos da barriga ou do peito. Música ambiente tranquila em baixo volume e luz fraca ou em cores suaves podem ajudar a montar um ambiente acolhedor para esse momento.
  • Todas as idades. Tenha um cantinho da tranquilidade, com almofadas, cobertores, objetos ou brinquedos preferidos, que seja confortável e agradável, onde a criança possa se abrigar em momentos de nervosismo. Se necessário, fique com ela nesse espaço. Mas também ensine que esse é um lugar seguro para onde ela pode ir quando sentir que precisa.

Brinquedos que ajudam a criança a lidar com a ansiedade infantil

Crianças pequenas podem aproveitar muito bem a presença constante de um bichinho de pelúcia preferido, que seja uma companhia e traga conforto. Atividades com massinha, que causam sensações táteis, visuais e olfativas, também são importantes para trazer concentração e relaxamento.

A partir de uma certa idade ou coordenação motora, brinquedos como cubo mágico e fidget toys também podem ajudar no desenvolvimento de concentração (mantém a criança focada em resolver desafios) e autoestima (mostra como ela é capaz de realizar coisas interessantes ou difíceis). 

E quando os pais são ansiosos?

As chances da criança desenvolver ansiedade infantil são maiores quando o pai ou a mãe também é ansioso. Isso acontece tanto pelo ambiente que geram, como pela própria herança genética. 

Por isso, vale olhar para você, com o mesmo carinho que você olha para a criança. 
Tente observar seu próprio comportamento: você manifesta muito medo de que a criança se machuque ou que ela não consiga fazer algo. Como você era na infância? Não tenha medo de levar essas questões para a terapia da criança.

Olhando juntos para essas questões, toda a família tem a ganhar 💛

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