Vínculo emocional: cuidado com atitudes que podem atrapalhar
O fortalecimento do vínculo emocional entre pais e filhos é uma construção diária, feita por meio de palavras e atitudes no cotidiano. Para cultivar essa relação de afeto e reciprocidade, precisamos ter o cuidado de não repetir ações que enfraqueçam o elo de confiança e respeito entre você e a criança.
Gestos e palavras que às vezes parecem inofensivos podem deixar marcas na personalidade em formação dos filhos, com consequências em vários aspectos do desenvolvimento. Você sabia que crianças que têm vínculos sólidos com seus cuidadores costumam ter mais facilidade para aprender e uma melhor capacidade de se relacionar com outras pessoas?
Para fortalecer essa relação, o seu comportamento como mãe ou pai conta muito. Veja abaixo uma lista de atitudes que enfraquecem o vínculo emocional e que, por isso, devem ser evitadas na sua relação com seus filhos.
1) Não prestar atenção ao que a criança diz ou faz
Para seu filho, é fundamental sentir-se acolhido e valorizado, por isso a sua atenção é muito importante. Nesse sentido, ignorar o que a criança diz pode ter um impacto negativo sobre a sua autoestima.
Em tempos hiperconectados, muitas vezes nossa atenção é capturada pelo smartphone ou pelas demandas do dia a dia. Então, é preciso se policiar: quando seu filho estiver falando com você, ouça o que ele tem a dizer.
Como alguns pais têm a rotina repleta de atividades, nem sempre sobra tempo para dar às crianças toda a atenção que elas merecem. Então, uma dica é reservar um momento do dia para brincar e conversar com seus filhos e, nesse período, focar-se apenas neles. Eles se sentirão acolhidos e valorizados.
Para os pais, esse também é um ótimo momento para se conectar com o presente e se desligar um pouco do mundo lá fora.
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2) Gritar com os filhos
Toda criança precisa se sentir segura e amada para se desenvolver de forma adequada, e a maneira como nos comunicamos com ela faz toda a diferença. Para isso, essa comunicação deve ser não violenta.
Por mais difícil que seja manter a calma e o tom de voz agradável com todo o estresse do dia a dia, nesse ponto vale a pena fazer um esforço. Em vez de explodir em gritos, procure respirar lentamente para se acalmar antes de responder.
E, se você não conseguir evitar um grito que deixe a criança assustada e insegura, uma maneira de remediar a situação é abraçá-la e desculpar-se.
Explique por que você perdeu a paciência e prometa se esforçar para falar num tom de voz mais adequado na próxima vez. Esse é um bom momento para reafirmar os acordos da família e para todos se comprometerem a tratarem uns aos outros com mais carinho e respeito.
3) Castigar a criança
O castigo não é uma forma adequada de educar a criança e a prática ainda pode enfraquecer seu vínculo emocional. Ao ser castigada, a criança apenas se sentirá punida e não aprenderá sobre o que é um comportamento adequado.
Além de deixar a criança insegura quanto ao modo como os pais reagirão às suas atitudes no futuro, o castigo pode fazê-la esconder dos cuidadores as coisas que faz, por medo da punição.
Dessa forma, o caminho mais recomendado para educar é o da disciplina positiva: em vez de punir com castigos os comportamentos inadequados, incentivar o comportamento adequado, explicando sempre por que devemos agir assim.
4) Rotular os filhos e compará-los com outras crianças
A relação entre pais e filhos deve ser sempre de confiança e respeito. Rotular a criança por algo que ela faz pode abalar esse vínculo entre vocês.
Por isso, pegue leve na hora de ensinar algo importante. Por exemplo, se você disser “Você é preguiçosa” para a filha que não gosta de arrumar o quarto, ou “Você é um imundo” para um filho que tenta fugir do banho, o que fica é a impressão de julgamento, e não o aprendizado.
O rótulo que você usa de forma negativa é uma marca no caráter que prejudica a imagem que a criança tem de si mesma. Vale o mesmo para comparações constantes com outras crianças: seu filho precisa se sentir amado e aceito por você do jeito que ele é. Se você der a entender que gostaria que ele fosse ou agisse como outra criança, isso pode gerar inseguranças e problemas de autoestima.
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Lembre-se: sempre se pode reatar o vínculo emocional
No desenvolvimento da criança, é fundamental que a relação com seus cuidadores seja sadia, afetuosa e baseada na confiança e no respeito mútuo. Isso terá reflexos sobre todas as dimensões da vida.
Por mais simples que pareçam, os pequenos gestos e demonstrações de afeto sempre contam. E não tenha medo de voltar atrás em alguma atitude sua que precise ser mudada: pais e mães em fase de crescimento sempre podem tentar de novo, e o vínculo com os filhos pode ser refeito e reforçado a cada nova tentativa.
Agora que já sabemos o que evitar, confira 8 hábitos que ajudam a fortalecer o vínculo de pais e filhos.