11 atividades para crianças autistas unindo estímulo e diversão
Conhecer atividades para crianças autistas é um diferencial e tanto no desenvolvimento dos pequenos que estão dentro do espectro.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológico-comportamental que modifica a forma como a criança lida e se comunica com o mundo.
Apesar das dificuldades de interação que as crianças com autismo enfrentam, todas têm o mesmo direito de brincar e se desenvolver.
Como você verá, não existe uma técnica única ou exclusiva para crianças do espectro. O segredo é justamente promover a inclusão, respeitando as diferentes sensibilidades e estimulando cada criança no seu ritmo.
Selecionamos algumas atividades para crianças autistas para que as jornadas de aprendizado sejam mais leves e divertidas ao lado dos amigos e da família.
Vamos nessa?
Qual é a importância das atividades para crianças autistas?
As atividades para crianças autistas são importantes porque facilitam a interação delas com outras pessoas – como familiares, colegas, professores, entre outros.
Afinal, uma das principais características do Transtorno do Espectro Autista é a dificuldade de comunicação, tanto na expressão quanto na compreensão de informações.
As atividades para crianças autistas não atuam somente nas dimensões socioemocionais. Elas também são ferramentas valiosas para o desenvolvimento cognitivo e podem ajudar na coordenação motora e na consciência fonológica.
Como incentivar as atividades para crianças autistas?
Para incentivar as crianças com autismo a interagirem mais nas atividades, algumas adaptações podem ser feitas. Confira:
- É comum que crianças com autismo tenham interesse por algum assunto ou objeto específico. Pode ser qualquer coisa, como baleias ou uma personalidade da TV. Que tal utilizar esse tema que a criança ama e inseri-lo nas atividades?
- Estímulos visuais costumam facilitar o aprendizado de crianças autistas, pois elas tendem a ter maior dificuldade em imaginar conceitos abstratos.
- Aliás, vale estimular todos os outros sentidos (olfato, tato, audição e paladar), para então observar como a criança reage.
- No entanto, é bom ir com calma. Apresente o objeto ou brinquedo antes à criança e dê um tempo para que ela se habitue a ele. Avise que tipo de barulho faz, que textura tem, assim ela vai se acostumando aos poucos.
- Distribuir as atividades numa rotina organizada e previsível também faz muita diferença para evitar ansiedade e angústia.
O caminho para ajudar a criança nas atividades é a observação. Assim, você pode entender melhor os gostos, facilidades e dificuldades, respeitando o ritmo dela. É um processo que leva tempo e, aos poucos, o aprendizado será menos complicado para ambas as partes 💛
11 atividades para crianças autistas para fazer em casa
Chegamos à lista de atividades! São onze opções de brincadeiras que ajudam no desenvolvimento de todas as crianças. Seguindo as dicas anteriores, é possível torná-las mais atraentes e inclusivas também para crianças do espectro.
Veja quais delas melhor se adaptam à realidade da família, grupo de amigos e da criança – e aproveitem o momento para fortalecer o vínculo afetivo.
Atividades de alfabetização para crianças autistas
Destacar o som, junto com os aspectos visuais das letras ajuda a todas as crianças nesse processo, indo dos sons mais simples para os mais complexos. Além disso, a leitura em voz alta, expressando emoções ajuda as crianças com autismo a entenderem melhor o contexto da interação.
- Contação de histórias: vale usar livros, fazer desenhos, fazer teatro com fantoches ou até chamar outras pessoas da família para atuar, contando uma história que envolva a criança. Junte todo mundo para ajudá-la a imaginar uma narrativa. Depois, é possível criar uma linha do tempo em conjunto para estimular o raciocínio.
- Músicas e rimas: separe um momento para ouvir canções com a criança, cantar junto, assistir a clipes infantis… Isso contribui para o raciocínio dela ao entender a junção de palavras, a consciência de semelhanças e diferenças de fonemas, o sentido de uma frase ou associar imagens a falas.
Atividades físicas para crianças autistas
Em geral, não há restrições para crianças com autismo praticarem qualquer tipo de atividade física. Elas são inclusive muito recomendadas! Porém, em alguns casos, o excesso de barulho e gritaria, como em esportes coletivos, podem ser estressantes. Se for o caso, vale buscar adaptar para grupos menores. Observe sempre!
- Caminhada e natação: a atividade física não precisa ser difícil. Simples passeios ao ar livre com a criança podem agregar bastante à saúde. essas duas opções são ótimas para crianças que precisam de ambientes mais silenciosos.
- Basquete: essa é uma ideia de atividade coletiva, que estimula a integração com um time. Mas pode ser futebol, vôlei, entre outros.
E não precisa se prender às regras ou à competição, viu? A brincadeira pode ser apenas jogar a bola ao cesto, ou chutar a gol. É só colocar a diversão pra jogo, literalmente.
- Brincar de circo: além de ser superdivertida, essa atividade pode ser simples. Algumas cambalhotas, pulos e caretas já ajudam a criança a desenvolver consciência corporal e colaboram com a autoestima e autoconfiança.
Vocês podem usar acessórios como perucas, chapéus, maquiagem e roupas coloridas para a criança entrar ainda mais no clima de circo.
Atividades de matemática para crianças autistas
Tornar a matemática o mais concreta possível é o ideal para as crianças, com autismo ou não. Mesmo que a escrita já esteja desenvolvida, é importante retomar as instruções verbalmente para facilitar a compreensão.
- Contagem de objetos: para as crianças que estão começando a ter contato com a matemática, é interessante colocar operações simples no dia a dia, como adição e subtração. Utilize sempre materiais concretos, como tampas de garrafa ou frutas.
- Dominó: um jogo que envolve operações matemáticas, raciocínio lógico e, quem sabe, um pouco de estratégia da criança.
- Quebra-cabeças: ajuda a criança a entender as formas geométricas e, ao mesmo tempo, estimula o uso da imaginação.
Além do quebra-cabeça tradicional com imagens pré-definidas, vale apostar também no tangram. O quebra-cabeça chinês tem 7 figuras (5 triângulos de tamanhos diferentes, 1 quadrado e 1 paralelogramo) e permite a criação de mais de 5 mil desenhos.
Atividades de escrita para crianças autistas
Atividades que desenvolvem a coordenação motora fina são essenciais para o desenvolvimento da escrita. Mais uma vez, vale lembrar que isso é importante para todas as crianças, independentemente do espectro. Porém, entre as crianças com autismo é importante lembrar que alguns materiais podem provocar sensações desagradáveis. Por isso, esteja atento para ajudar.
- Massinha de modelar: além de colaborar com a coordenação fina, essa atividade permite que vocês moldem letras e números para brincar com eles. Vale brincadeiras com argila, tinta e areia também. No caso de crianças com maior sensibilidade táctil e que não gostem de se sujar, é interessante ter sempre uma toalhinha junto, para que elas possam resolver esse ponto sem deixar de brincar.
- Em cima da linha: segurar um lápis com firmeza nem sempre é fácil para uma criança com autismo. Depois de ajudá-la com isso, que tal treinar um pouco o formato de cada letra?
Faça diversas letras ou formas geométricas pontilhadas no papel e deixe que a criança escreva por cima, traçando linhas em cima do pontilhado, até que consiga fazer traços mais uniformes.
- Diário: um exercício que incentiva a expressão dos sentimentos, a organização dos pensamentos e, se for do interesse da criança, a construção de histórias. Pode ser feito em parceria com os pais, e depois da alfabetização, seguir para a escrita autônoma.
Como descobrir quais são as melhores atividades para crianças autistas?
A experimentação é a chave: só assim você e a criança podem descobrir juntas quais são as melhores atividades para ela.
Ninguém pode afirmar que “toda criança autista tem facilidade com matemática” ou que “elas não gostam de desenhar”, por exemplo. O autismo tem diferentes graus (do leve ao severo) e cada pessoa autista tem sua própria personalidade e características.
Uma boa dica para esse processo é deixar a criança escolher e liderar a brincadeira, expondo suas opiniões de forma ativa. Tente não se prender muito a regras que não são tão importantes, pois muitas limitações podem dificultar o aprendizado.
Assim, nem sempre a atividade que funciona para uma pessoa, vai ser efetiva para a outra. Na dúvida, é sempre bom conversar com os educadores e profissionais que acompanham a criança. Combinado?
Por fim, vale lembrar: estimular é importante, mas as crianças também precisam de descanso. Se elas gostam de brincar sozinhas, esse momento deve ser respeitado. Não precisa forçar a interação o tempo todo, não é mesmo? Afinal, já que cada um tem seu tempo, por que a pressa?