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Desregulação emocional em crianças com TDAH: como lidar?

Monique Gonçalves MG
criança no colo de uma mulher adulta, sendo confortada pois está chorando.

Sempre que preciso orientar uma família sobre o manejo com as emoções da criança com TDAH, saliento a importância de reconhecer primeiramente qual foi o motivo da desregulação emocional.

Estamos muito habituados a tentar remediar o que estamos vendo, no caso “os sintomas”, mas nos esquecemos que na maioria das vezes existe algo que motivou tal comportamento.

Mas existem algumas estratégias para reconhecermos e consequentemente ajudarmos. Vou te mostrar aqui.

Para saber mais:

Você conhece sua criança?

A pergunta parece óbvia, mas acredite: não é. Conhecer uma criança não diz respeito somente a qual é a sua comida predileta ou sua brincadeira favorita, mas tudo o que de alguma forma interfere no desenvolvimento dela.

Nesse sentido, identificar quais são as atividades ou momentos desconfortáveis para ela e o que se pode fazer para ajudá-la é fundamental. É o primeiro passo para compreender ferramentas importantes para ajudar a administrar essas situações.

Um exemplo: uma criança com TDAH que vive em um ambiente desorganizado tem maior probabilidade de ter seu desenvolvimento prejudicado. Isso acontece porque a desorganização externa funciona como um gatilho mental para que sintomas possam surgir após um estresse emocional. Tudo isso leva a dificuldades em outras áreas. Você já ouviu dizer que a criança apresentava dificuldades de aprendizagem devido a algum problema familiar? Então, é sobre isso. 

Identificar os fatores de desorganização emocional e agir sobre eles é resolver a questão pela raiz.

Isso não significa que a criança com TDAH não vá lidar com frustrações.

A frustração já é esperada nas vivências da criança, pois faz parte de seu desenvolvimento. O que já sabemos é que, para a criança com neurodesenvolvimento atípico, como é o caso da criança com TDAH, a frustração é ainda mais intensa. Isso obviamente acaba exigindo que o adulto ensine uma estratégia diferenciada.

Acompanhamento multimodal da criança com TDAH

Precisamos entender também que o acompanhamento da criança com TDAH deve ser multimodal. Isso significa que, em muitos casos, será necessário mais de um profissional para realizar a avaliação e intervenção necessária. Isso não é diferente diante de uma “desregulação emocional” persistente. 

Se esse comportamento acontecer repetidas vezes, é imprescindível que a criança seja acompanhada por um psicólogo. Esse é o profissional que tem embasamento teórico e prático para lidar com o processo. Ao mesmo tempo, um profissional de psicopedagogia dá o apoio necessário nas questões de aprendizagem, e um terapeuta ocupacional pode auxiliar na criação de uma rotina de atividades, por exemplo. Paralelamente, é essencial o acompanhamento médico, com neurologista ou psiquiatra pediátrico.

Esse conjunto de terapias tem um custo elevado, mas é possível pleitear junto aos planos de saúde e também junto aos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), pelo SUS, para que a criança seja devidamente assistida. 

Estratégias para lidar com a desregulação emocional da criança com TDAH

Ensinar sobre habilidades emocionais não é simplesmente dar um abraço na criança que está chorando porque seu amigo não emprestou o brinquedo que ela queria. Ok, o abraço é muito bem-vindo e pode ser uma das ferramentas, como aconteceu nesse exemplo do Luca.

Mas é preciso, sobretudo, mostrar mecanismos que eles possam utilizar quando a desregulação acontecer.

Listo aqui alguns exemplos que podem ajudar a desenvolver a “habilidade de processar” de maneira correta as emoções. Mas é preciso descobrir com a criança quais estratégias funcionam melhor para ela.

  • fazer exercícios de respiração
  • comunicar o que está sentindo
  • buscar um lugar silencioso para se acalmar
  • contar até 10, 20, 30…
  • desenhar

É comum notarmos famílias sobrecarregadas, pois não compreenderam que não é possível caminhar sozinha, é preciso uma rede de apoio. Explique a situação e as técnicas para pessoas próximas que possam ajudar nesse manejo: familiares, professores e pais de amiguinhos podem ser aliados nesse momento.

As crianças também podem aprender:

Formas de prevenir crises emocionais em crianças com TDAH

Para prevenir esses episódios, é importante seguir algumas estratégias:

  • alimentação saudável, com baixo consumo de estimulantes (como cafeína)
  • atividades físicas como o esporte favorito, 
  • pistas visuais (bilhetes e até cartazes) para ajudar a organizar a rotina
  • combinados sobre a rotina diária, para dar previsibilidade

A última dica preciosa que quero deixar aqui é manter sempre acompanhamento médico na intensidade necessária. Se as crises emocionais acontecem com frequência, as visitas ao médico também devem ser frequentes. 

Dessa forma, família, médico, escola e terapeutas conseguirão obter melhores resultados. Isso com cada profissional intervindo em sua área de conhecimento, em prol de um único objetivo: o bem-estar físico, psíquico e emocional da criança. Assim, seu desenvolvimento será muito mais pleno, mesmo diante dos desafios diários.

E não esqueça de cuidar também de você:

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