Como eu lido com as perguntas difíceis que as crianças fazem?
Quem é mãe já teve que lidar com algumas dessas perguntas difíceis clássicas que as crianças fazem, né. Aqui elas não param. E vêm em dose dupla, disparadas por um menino de 4 anos e por uma adolescente de 12! Não tem como escapar!
De onde vêm os bebês? Não rola mais a historinha da cegonha, né? Essa geração já entendeu que não faz sentido uma cegonha trazer um bebê. Agora a moda é dizer que eles vêm da sementinha do amor que o papai dá para a mamãe, fazendo a barriga crescer.
A lista de perguntas é extensa, do tipo: por que nascemos? Por que morremos? Quem é Deus? O que é machismo? O que é feminismo? O que é homossexual? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? (risos nervosos!)
E aí, mamãe? Quais são as respostas? (Ainda bem que tem o Google e o portal Ninhos do Brasil!)
Evitei responder algumas perguntas no início, principalmente as que envolviam sexualidade. Eu tinha medo de abordar temas antes do tempo e acabar acelerando o amadurecimento deles
Mas, com a velocidade com que chegam as informações pela internet, não pude evitar. É melhor que eles saibam por mim. Foi assim quando a Sofia me perguntou para que servia a camisinha. Eu tive que romper essa barreira e explicar o que considerava adequado para a idade dela.
Hoje, adoro tirar dúvidas e sanar curiosidades das crianças: é muito desafiador e, ao mesmo tempo, divertido. Nem sempre tenho as respostas na ponta da língua, mas acabo dando um jeitinho para ganhar tempo e correr para procurar em portais voltados para mães e pais, como esse aqui que você está lendo!
Para mim, é um excelente exercício de aprendizagem e de reflexão Acabo aprendendo muito com meus filhos e seus questionamentos. E cada um com sua fase, né?
O Noah, com seus 4 aninhos, vem com perguntas práticas sobre a vida. Teve um dia em que questionou o porquê da diferença das partes íntimas de meninos e meninas. Essa me desconcertou todinha na hora, mas depois, recorrendo a livrinhos de corpo humano, deu para explicar!)
Enquanto isso, a Sophia já problematiza questões sociológicas e existenciais.
Aqui em casa, já rolaram questões sobre preconceito, feminismo e por aí vai. Por serem questões com que ela vai lidar diariamente na vida dela e sobre as quais ela vai ouvir diversas pessoas falando, acho muito importante conversar dentro de casa. É bom para ela saber que pode contar comigo!
Isso acaba ajudando o Noah também, já que ele está crescendo num ambiente de diálogo e honestidade. Vai perceber que pode perguntar e falar sobre qualquer assunto.
É lógico que saem perguntas bem diferentes e totalmente aleatórias, mas é gratificante ver a evolução deles, as preocupações que manifestam.
Quando um abraço é a melhor resposta
Agora, para falar a real: pergunta difícil é aquela que dá aperto no coração.
– Por que o papai não pode morar com a gente?
Como explicar o fim da relação do papai e da mamãe? Como explicar por que o amiguinho tem o papai e a mamãe juntos em casa e eles não? Aí quem buga sou eu. Quem se questiona, se sente culpada, sou eu. Tem coisas que a internet não sabe e tem sentimentos que os adultos precisam entender melhor para conseguir explicar.
Sim, é um misto de emoções que ocorre nesses momentos, mas, como tudo: passa. O tempo é o senhor de todos e, com muito amor, a gente vai superando e deixando que nosso coração responda a certas perguntas. E tem dado muito certo. Já respondi perguntas com um abraço, por exemplo, e, naquele momento, foi a melhor resposta.
Aqui eu falo um pouco mais sobre essa vida de mãe solo, para quem quiser entender um pouco mais.
Meu desejo não é que nós tenhamos sempre as melhores respostas para nossos filhos e sim que possamos ter muitos momentos leves, felizes e sem culpa nessa jornada chamada vida!
Aliás, sobre a questão que ainda é complicada aqui em casa, queria que este texto tivesse sido publicado há dois anos. Mas acho que pode ajudar quem estiver passando por isso a lidar melhor.
Leia também: