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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Como preservar a saúde mental (e física) das crianças na pandemia

Ninhos do Brasil NB
Uma criança abraça um urso de pelúcia com o rosto triste, ilustrando a atenção para a saúde mental infantil.

É para a saúde física e mental: a criança precisa brincar, correr, mexer o esqueleto. Também precisa de interação com outras crianças, contato com a natureza, respirar ar livre.

Mas, e na pandemia, como faz? Para evitar a propagação do contágio pelo coronavírus, nossos pequenos exploradores estão, há mais de um ano, com restrições para essas atividades tão básicas para o seu desenvolvimento.

Será que se sair um bicho pega, se ficar outro bicho come? Calma, não é bem assim! Não é fácil, mas reunimos aqui algumas informações e dicas que vão ajudar a equilibrar os cuidados com a saúde física e emocional da família toda, espantar o sedentarismo e a tristeza – isso tudo isso respeitando o distanciamento social que o momento exige.

Neste texto, vamos ver:

  • O que é e pra que serve o isolamento social e o distanciamento social
  • O impacto da pandemia e do isolamento na saúde mental das crianças e adolescentes
  • Atividades físicas e brincadeiras durante e após a pandemia

O que é pra que serve o isolamento ou distanciamento social?

Não tem jeito: enquanto a vacinação não chega para a maior parte da população, cientistas do mundo inteiro defendem que o isolamento/distanciamento social é a melhor maneira de reduzir a propagação do coronavírus.

Primeiro, vamos entender o que é isso. Depois, vamos conversar sobre os impactos na saúde mental e, finalmente, como encontrar o tão necessário ponto de equilíbrio. Vamos lá?

O que é isolamento social?

Isolamento social é o ato de separar um indivíduo ou grupo do convívio do restante da sociedade.

Existe o isolamento social forçado, quando é imposto por governos, seja em função de guerra, violência urbana ou pandemia. E também há o isolamento social voluntário, quando a própria pessoa ou grupo se isola por qualquer razão (pode ser emocional, religiosa ou de saúde).

Para que serve o isolamento social?

Desde março de 2020, estamos vivendo uma pandemia de coronavírus – um vírus que se propaga com velocidade acima do esperado, afetando pessoas de vários países e continentes.

Como existem muitos casos de pessoas que pegam o vírus sem desenvolver sintomas, o isolamento social – ou distanciamento físico – é a melhor maneira de evitar a propagação da doença. Afinal de contas, quanto menor o número de pessoas circulando e se encontrando, menor a chance de o vírus encontrar um ambiente (ou seja, um corpo humano) propício para se reproduzir.

Qual isolamento social estamos vivendo no Brasil?

Apesar de haver algumas medidas restritivas, como fechamento de locais públicos, na maioria das cidades brasileiras adotou-se o chamado distanciamento social, que é a diminuição de interação entre as pessoas de uma comunidade para diminuir a velocidade de transmissão do vírus. Ou, então, o distanciamento social ampliado – que inclui o fechamento de escolas e comércios.

Entenda a diferença entre isolamento, distanciamento social e quarentena

De uma forma ou de outra, quando reduzimos nossas interações pessoais, mesmo que para preservar a nossa saúde, perdemos grande parte da nossa rede de apoio.

Com menos pessoas com quem compartilhar cuidados das crianças, ficamos muito mais tempo em casa sozinhos com os filhos – sobrecarregados com trabalhos, tarefas cotidianas de cuidados, além de medos e culpas.

Quais são as consequências do isolamento social?

Seja forçado, seja voluntário, o isolamento ou distanciamento social – fundamental para a nossa saúde física – tem mostrado suas consequências na saúde mental de adultos e também das crianças.

É o que estamos vivendo em tantos lares/ninhos. Falamos sobre a saúde mental das mães aqui e aqui. Vamos conversar sobre as nossas crianças?

Consequências da pandemia e do isolamento social na saúde mental de crianças e adolescentes

Nossas crianças estão percebendo (e sentindo) tudo o que está acontecendo em volta. De repente, a escola fechou, as pessoas passaram a usar máscaras, os encontros com os amiguinhos cessaram, as notícias sobre mortes se aproximaram. Mesmo com a reabertura gradual, as coisas estão muito diferentes.

O estudo Jovens na Pandemia, conduzido pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, está acompanhando cerca de 10 mil famílias com crianças de 5 a 17 anos, ao longo de 12 meses para medir esse impacto.

Dados preliminares revelaram que as crianças e adolescentes estavam passando em torno de 9 horas diárias em aparelhos eletrônicos – isso sem contar o tempo de aulas online. Além disso, estão dormindo menos e fazendo menos atividades físicas.

O resultado? 18% das crianças alegavam ter muitas preocupações, 26% tinham acessos de raiva frequentes, 11% se sentiam tristes e desanimados e cerca de 25% apresentavam algum nível de depressão ou ansiedade.

Crianças e adolescentes durante a pandemia

- 9 horas em eletrônicos tem sido a média diária
- 11% se sentem tristes e desanimados
- 26% têm acessos de raiva frequentes
- 18% têm muitas preocupações
Fonte: dados preliminares do estudo Jovens na Pandemia, da Universidade de São Paulo (USP)

“É uma proporção muito elevada, maior ainda nos filhos de pais estressados e com menor nível socioeconômico”, afirmou o coordenador do estudo Guilherme Polanczyk.

O retorno gradual e seguro das atividades físicas ao ar livre é o primeiro passo para recuperar a saúde física e mental dessas famílias.

A importância da atividade física para as crianças

A prática regular de atividades físicas fortalece o sistema imune, estimula o desenvolvimento ósseo, muscular e das articulações, melhora o equilíbrio e coordenação motora, previne a obesidade, inflamações e ainda reduz sintomas de depressão e ansiedade. E isso vale para todas as idades!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma média de 60 minutos por dia de atividade aeróbica moderada a vigorosa para crianças e adolescentes. Para os adultos, a recomendação mínima é de 20 a 40 minutos por dia para os adultos.
 
Mas, se a família estava sedentária, retome aos poucos, priorizando no início as atividades moderadas (equivalente a caminhadas e brincadeiras).

Como retomar as atividades físicas das crianças

É bem possível que, num primeiro momento, muitas crianças resistam a essa retomada, preferindo seguir vidradas nas telinhas. O condicionamento físico delas também pode estar comprometido depois de tanto tempo paradas.

Por isso, muita calma no retorno! Assim como em adultos sedentários por muito tempo, o retorno abrupto a atividades muito intensas pode ter efeitos negativos para crianças e adolescentes.

Retomar as brincadeiras ao ar livre é um ótimo começo. Confira as dicas da Sociedade Brasileira de Pediatria para fazer isso de forma segura:

  • Escolha ambientes abertos ou o mais arejado possível.

  • Incentive as práticas que permitem distanciamento, como jogos de raquete, atletismo, circuito, dança, ioga.

  • Lembre-se da importância do uso da máscara para crianças acima de dois anos.

  • Higienize as mãos com frequência.

  • Limpe brinquedos compartilhados com água e sabão ou álcool 70%.

  • Estimule a criança a beber água depois das atividades, mas em copos ou garrafas individuais.

  • Evite atividades físicas, caso as crianças apresentarem sintomas gripais/respiratórios.

Conversar, ouvir e acolher

Além de brincar ao ar livre, é importante dar espaço para a criança falar sobre como está vendo o momento e as mudanças de hábitos que a pandemia impôs. Isso ajudará no desenvolvimento da inteligência emocional dela, a capacidade de lidar com as situações e emoções.

Fique atento a eventuais novos medos, se a criança parecer muito desanimada ou agressiva. Em alguns casos, pode ser necessário um acompanhamento médico ou psicológico. Não hesite em buscar ajuda, seja para adultos, seja para crianças, combinado?

Leia também: Será que meu filho sofre de ansiedade infantil? Confira os sintomas e dicas para lidar.

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