Inteligência emocional: como desenvolver desde pequeno?
Ah, a inteligência emocional… Vai dizer: se tivéssemos aprendido na infância a reconhecer os sentimentos, nomeá-los e lidar com eles, quantas situações teriam sido mais fáceis, não é mesmo?
Mas sempre é tempo de aprender e desenvolver a inteligência emocional.
Conversar sobre emoções com nossos filhos é uma oportunidade para eles levarem isso para a vida e para nós, adultos, nos conhecermos melhor.
Neste texto, você vai saber:
- O que é inteligência emocional?
- Como estimular a inteligência emocional em seus filhos
- Técnicas para ensinar os filhos a lidarem com as emoções
Boa leitura!
O que é inteligência emocional?
Inteligência emocional é, basicamente, a capacidade de uma pessoa gerenciar seus sentimentos e expressá-los de forma apropriada e proporcional a uma situação. Isso é o que explica o jornalista e psicólogo Daniel Goleman, em seu livro "Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”. A obra foi lançada em 1995, ano em que o termo se popularizou.
Sendo assim, quando trabalhamos a inteligência emocional, controlamos nossos sentimentos e nos desenvolvemos melhor emocional e racionalmente. Então, aprender isso desde cedo é importante para facilitar a tomada de decisões da vida adulta.
Qual é a importância da inteligência emocional?
Falar sobre sentimentos com uma criança é importante para que ela entenda o que está sentindo e consiga processar uma situação.
Por isso, nada de guardar os sentimentos para si e engolir o choro! Pode parecer mais prático no momento, mas tem um custo mais tarde: os sentimentos emergem, seja em mecanismos de defesa ou de agressão.
E é para lidarmos de forma mais leve com nossas emoções que evocamos a inteligência emocional.
Conheça os pilares da Inteligência Emocional:
Goleman descreve em seu livro os quatro pilares que compõem a inteligência emocional. Ele também sugere alguns caminhos para colocar em prática esse conceito na vida do seu filho – e na sua também!.
1. Autorresponsabilidade
Aqui, a ideia é estimular em seu filho a capacidade de assumir responsabilidade pelas coisas que acontecem na vida dele, como sucessos e acertos, erros e fracassos. Junto a essa responsabilidade está o autoconhecimento.
Ou seja: como ele se sente ao aceitar e se responsabilizar pelos atos? O caminho pode ser o próprio diálogo. Passada a situação, pergunte a seu filho “Como você está se sentindo com isso que aconteceu? Quer conversar sobre isso?”.
Dessa forma, abrimos caminhos para que ele se conheça melhor e você passe a entendê-lo de forma mais profunda.
2. Gerenciamento das emoções
Depois de perceber quais são as emoções, é preciso adquirir consciência de como se costuma reagir a certas ações. Ou seja, perceber qual é sua resposta emocional de imediato e trabalhar diante disso, adequando suas respostas emocionais em relação à proporção da situação.
Como meu filho reage quando erra, quando perde um jogo, quando briga com algum amigo ou quando não consegue o que quer? Como eu reajo diante de situações parecidas?
Tente conversar e sugerir um caminho, por exemplo: “Filho, você está bravo dessa forma porque perdeu um jogo e achou que a partida não valeu por isso?”. Que tal contar sobre situações em que você também se frustrou ou ficou com raiva e o que tirou de lição disso?
3. Empatia
Empatia é ouvir e buscar compreender o que o outro diz e passa. É o entendimento que ultrapassa o que vivemos.
Você pode praticar a empatia com seu filho ao tentar ver a situação do ponto de vista dele e validá-lo. Depois disso, que tal convidá-lo para imaginar o que se passa na sua cabeça ou na da pessoa envolvida na situação?
4. Habilidades sociais
Aqui entra a conversa, mas não entre você e seu filho ou vice-versa, mas com as pessoas envolvidas em uma questão que o magoou. A ideia é exercitar a capacidade social para, por meio das palavras certas, propor um diálogo saudável e resolver o que deve ser resolvido. Isolar-se não resolve problemas, mas enfrentá-los da maneira adequada, sim.
Se seu filho brigou com algum colega da escola, pergunte a ele “O que você acha de vocês conversarem, sobre X e Y?”. Sugira palavras leves e proponha uma abordagem legal, em um momento oportuno para que o outro se sinta confortável em ter essa conversa e eles se resolverem. Lembre de dar voz a ele, perguntando “O que você acha?”.
A comunicação é uma ferramenta poderosa da inteligência emocional, uma vez que as palavras têm peso – e isso pode ser bom ou ruim. Se usadas com sabedoria, elas podem nos fazer chegar exatamente onde precisamos.
Benefícios de adquirir inteligência emocional desde criança
"Ajudar as crianças a lidarem com suas próprias emoções pode nos dar a esperança de um mundo melhor, onde a empatia seja realmente vivida intensamente, na prática, porque, quando a gente entende o que tá acontecendo dentro da gente, fica mais fácil compreender o que acontece dentro do outro!”, escreveu a psicopedagoga Monique Gonçalves em texto sobre a importância dos livros para trabalhar as emoções infantis.
Quando aprendemos a lidar com as emoções desde a infância, trazemos com isso alguns benefícios para a nossa vida.
> Melhora da autoestima
> Autoconhecimento
> Habilidades de comunicação para relações interpessoais
> Capacidade de superar situações
> Autonomia emocional
> Capacidade de compreender o sentimento de outras pessoas
> Aumento da felicidade e o reconhecimento dela
> Melhores tomadas de decisões
> Redução do estresse
> Maior qualidade de vida e produtividade
> Senso de responsabilidade
> Clareza nos objetivos e ações
> Equilíbrio emocional
É por tudo isso que a saúde emocional da criança é um dos pilares do IBB, Índice de Bem-estar do Brasileirinho. Ele foi desenvolvido para ajudar pais, mães e cuidadores em geral a enxergarem a saúde de uma forma mais ampla e integral.
3 livros sobre inteligência emocional para estimular as crianças
Já reparou como a literatura ajuda no amadurecimento emocional?
Por meio de histórias, entendemos e conhecemos novas realidades, além de nos conectarmos aos sentimentos dos personagens. É razão misturada à mais pura emoção! Por isso, a literatura é um ótimo gancho para levar o diálogo sobre emoções até as crianças.
Já que os livros não saem de moda, separamos três sugestões de literatura para apreciar com os pequenos! Veja:
- O livro dos sentimentos (Editora Panda Books, 2011 ) - Todd Parr
- Quando tenho medo (Editora Todolivro, 2019) - Cornelia Maude Spelman
- Coisas horríveis no escuro do quarto (Editora Paulinas, 2011) - Elisa Salomon
Confira mais Seis livros infantis que nos ensinam sobre sentimentos
H2: Hora da atividade: como ensinar aos filhos a lidarem com as emoções
A inteligência emocional vem com a prática, e sabe o que ajuda? Bons exemplos! Aprender a reconhecer suas próprias emoções e fazer isso com seu filho é pedagógico.
“Filho eu estou irritada hoje porque eu trabalhei muito, estou com dor de cabeça e preciso descansar. Me desculpa por ter gritado, não é com você. Você pode me ajudar indo para o banho para podermos ir deitar, conversar ou ler. Me ajuda?”.
Com essas frases, a mãe mostrou para o filho que às vezes os sentimentos se misturam, e que também os adultos erram o foco, mas que é possível reconhecer e corrigir o erro. Mais que isso, ela soube encontrar a causa da sua real irritação e pedir ajuda, buscando a empatia da criança.
Mais tarde, com todos mais calmos, é um bom momento para falar sobre as emoções experimentadas ao longo do dia: o que foi legal? O que me deixou triste? Simulações com bonecos ou livros infantis são ótimos para auxiliar nesse momento.
Lembre-se sempre de reconhecer as conquistas da criança, parabenizá-la pelos esforços e incentivar o afeto. Reconheça seus próprios avanços também!
Cada situação traz um aprendizado, e vocês estão crescendo juntos!
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