Medicina integrativa: como ela funciona para crianças?
Você já ouviu falar sobre medicina integrativa?
Essa abordagem da medicina pode ser interessante para as famílias porque oferece um caminho mais atento às necessidades específicas da infância.
Afinal, essa fase é decisiva para o desenvolvimento biopsicossocial-espiritual e ambiental. Ou seja: é quando a meninada começa a conhecer o mundo!
O texto a seguir é sobre o olhar da medicina e da pediatria para a saúde da criança de forma integral, pensando na qualidade de vida, e não apenas na ausência de doenças. Vamos nessa?
O que é medicina integrativa?
A medicina integrativa, como o nome sugere, é uma prática que busca integrar todos os aspectos da vida do paciente no processo de tratamento.
Essa especialidade considera a individualidade física, psíquica e espiritual da pessoa. Afinal, esses fatores são inerentes ao ser humano, estão presentes desde que somos pequeninos.
Do ponto de vista médico, a medicina integrativa une técnicas da medicina tradicional com a medicina complementar.
Por exemplo, digamos que uma criança sofra de fortes dores de cabeça. A medicina integrativa pode buscar uma solução de tratamento com medicamentos e com a meditação, para aliviar possíveis fatores psicológicos ligados à dor.
O princípio de olhar integral para a saúde da criança também está presente no Índice de Bem-estar dos Brasileirinhos (IBB). Conheça mais sobre o índice aqui.
Qual é a diferença entre medicina integrativa e medicina alternativa?
Então quer dizer que a medicina integrativa depende da medicina alternativa? Não exatamente.
A medicina integrativa reconhece que as terapias alternativas (complementares) são importantes, válidas e eficazes, assim como a medicina tradicional também é.
Por outro lado, a medicina alternativa se propõe como uma solução única.
Ou seja, enquanto uma defende uma combinação de métodos – a outra se apresenta como um substituto da medicina tradicional
Como funciona a medicina integrativa no tratamento de crianças
Em tratamentos infantis, a medicina integrativa busca respeitar os valores e crenças da criança e de sua família, evitando ações e orientações invasivas.
O objetivo é ajudar no desenvolvimento pleno da criança, podendo contar com técnicas das medicinas tradicionais chinesa e indiana, por exemplo.
A homeopatia, a ayurveda e a medicina antroposófica também podem fazer parte do tratamento.
Além disso, a medicina integrativa também lança mão do uso de plantas medicinais, meditação, yoga, aromaterapia, arteterapia, musicoterapia etc. Saiba mais sobre as práticas citadas aqui.
É importante levar em conta que nem todas as terapias alternativas têm comprovação científica, por isso, os métodos convencionais são utilizados em conjunto.
A união entre a medicina tradicional e as medicinas complementares pode ajudar em vários problemas de saúde comuns da infância, desde gripes a doenças crônicas.
A medicina integrativa age de forma holística: em funções cardiorrespiratórias, habilidades motoras e cognitivas, aptidão física, saúde mental e assim por diante.
Quais são os benefícios da medicina integrativa para crianças?
A medicina integrativa apoia a individualização do cuidado, o que já é uma vantagem e tanto. Além disso, há outros benefícios que chamam a atenção:
- Humanização do atendimento – por ir além da prescrição de remédios, a medicina integrativa foca na relação entre o médico e a criança.
- Maior aderência ao tratamento – ao tratar a criança de forma mais sensível e humanizada, o processo se torna mais leve para ela.
- Participação ativa – ao invés de uma perspectiva reabilitacional, a medicina integrativa educa e capacita as crianças para agirem ativamente em seus próprios cuidados.
Quem pode exercer medicina integrativa?
A especialidade médica que cuida de crianças por meios integrativos se chama pediatria integrativa.
Mas a medicina integrativa também pode ser desenvolvida, de forma complementar, por outros profissionais da saúde, não só por médicos. Nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas podem ajudar.
Assim, a medicina integrativa parte de um trabalho colaborativo, envolvendo mais de um tipo de saber.
A medicina integrativa no Brasil: será que veio pra ficar?
A medicina integrativa no Brasil é relativamente nova, mas está ganhando cada vez mais espaço. Em novembro de 2019, o Brasil recebeu o 1º Simpósio Internacional de Pediatria Integrativa, com pesquisadores de 12 países.
Mas a saúde integral dos meninos e meninas brasileiras já era uma preocupação e tinha diretrizes específicas, reunidas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC).
Já a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde, especifica 29 práticas integrativas. Elas são oferecidas pelo SUS de forma gratuita, em mais de 4 mil municípios.
Vale entrar em contato com as Unidades Básicas de Saúde da sua cidade para entender como o serviço é ofertado por aí. 😉
A importância da medicina integrativa: uma prática abrangente e significativa
A importância da medicina integrativa está em somar diferentes tipos de saberes, ciências e técnicas no tratamento do corpo e da mente.
Ela trilha uma jornada de cuidado múltipla e diversa, considerando as particularidades da criança.
Também é uma forma de aproximar as pessoas envolvidas no tratamento: tanto os médicos, quanto o paciente e sua família, de forma que todos entendam seu protagonismo na relação.
Assim, a medicina integrativa incentiva o autocuidado e a prevenção de doenças, que valem ser cultivados com constância, inclusive pela criançada. Quanto antes a gente entende que precisa se cuidar, melhor, não é mesmo?
A medicina integrativa é uma modalidade que trata as crianças com calma, assim como o movimento slow parenting. Você já ouviu falar? Clique e saiba mais.