Como ensinar caligrafia para seu filho? 10 atividades para treinar
Muitos pais devem se lembrar dos primeiros anos escolares, quando passavam horas praticando a escrita no caderno de caligrafia – algo que caiu em desuso nos últimos anos por conta dos avanços tecnológicos. Mas, apesar das mudanças, essa ainda é uma habilidade importante para o desenvolvimento infantil.
De acordo com especialistas em educação, melhorar a caligrafia das crianças também é desenvolver as habilidades motoras e a coordenação cerebral. Apesar de parecer uma tarefa simples, usar o lápis para escrever envolve processos simultâneos que nem sempre são automáticos. A seguir, confira a definição de caligrafia e como e quando ensinar essa habilidade.
O que é caligrafia?
Para muitas pessoas, caligrafia significa simplesmente letra bonita ou letra legível e vem caindo em desuso com a disseminação dos computadores e das tecnologias digitais.
Mas no sentido escolar o termo remete à habilidade de escrever automaticamente, com rapidez e legibilidade. Além disso, apesar de não ser mais tão valorizada quanto era no passado, essa é uma prática essencial para o sucesso escolar.
Trata-se de uma atividade mecânica que se aprende pela prática e repetição, assim como o canto, a dança e tantas outras que compõem nosso repertório de habilidades.
Quando começar a ensinar caligrafia para o seu filho?
Normalmente a prática da caligrafia se dá quando a criança passa a usar a letra cursiva – uma etapa importante dentro do desenvolvimento dos meninos e meninas, tendo em vista que a escrita é uma das formas de expressar o pensamento. Um exemplo disso é que a letra cursiva possibilita um raciocínio contínuo, tornando-o mais fluido.
Isso não significa que o tipo bastão, muito utilizado no início da alfabetização, não seja importante. Ela é fundamental para o processo de aprendizado da leitura, por causa das linhas simples e caracteres isolados uns dos outros.
Nesse sentido, é importante que a coordenação motora e a percepção visual das crianças sejam estimulados nos cinco ou seis primeiros anos de vida. Isso porque é por volta dos 6 a 7 anos que ocorre a exploração da letra cursiva e, por conseguinte, a prática da caligrafia. Nesse caso, é importante que elas desenvolvam os pré-requisitos para trabalhar a letra cursiva.
Crianças no espectro autista ou com TDAH podem ter maior dificuldade de coordenação motora. Nesse caso, é possível que a escrita demande muito do cérebro. Sendo assim, deve-se estimular o desenvolvimento da letra cursiva, mas se a dificuldade for excessiva, recomenda-se a letra bastão.
Caderno de caligrafia: utilizar ou não?
Com o caderno de caligrafia, o estudante aprende a controlar a pressão sobre o lápis, a observar o traçado das letras e a diferenciar maiúsculas de minúsculas.
Além de auxiliar a criança a conquistar uma letra legível e ganhar rapidez ao escrever, esse material contribui para o processo de aprendizagem da linguagem escrita.
Ele segue sendo indicado para as crianças, mas deve-se evitar exercícios mecânicos, como cópias exaustivas de palavras descontextualizadas. Pequenos textos são uma boa pedida, como provérbios e as lições de moral que vêm nas fábulas, por exemplo.
Por fim, os especialistas destacam que o treino com o caderno de caligrafia não pode ser usado como forma de castigo.
Como ensinar caligrafia para seu filho? 10 dicas
Para melhorar a caligrafia das crianças, é preciso que ela seja exercitada constantemente. Nesse sentido, aplicar as estratégias adequadas contribui para que a escrita não seja uma atividade tediosa. Confira a seguir 10 dicas para melhorar a caligrafia.
1- Encoraje seu filho a querer melhorar a letra dele
Aproxime-se das tarefas escolares do seu filho, como as atividades de escrita. Crianças tendem a demonstrar mais cuidado quando percebem que os pais têm interesse pelo que elas escrevem, e isso pode resultar numa melhora da caligrafia.
2- Deixe-o confortável e sentado numa postura correta para escrever bem
Tente evitar que seu filho escreva no chão, sente-se curvado ou use lápis irregulares, pequenos ou com pontas muito grandes. Ensine a criança a sentar ereta na cadeira, de maneira confortável, o que vai facilitar a escrita.
3- Proporcione um ambiente amigável e positivo
Isso é importante para que a criança não pense que praticar exercícios de caligrafia é uma punição. Opte por um lugar onde a postura e a iluminação sejam propícias e permitam que ela exercite essa habilidade sem maiores complicações.
4- Ensine os filhos a forma de segurar os lápis
Nesse ponto, é bom deixar claro que não há uma maneira correta para todos: há várias maneiras confortáveis de se segurar o lápis ou a caneta. É fundamental deixar o seu filho descobrir a melhor para ele.
Um modo comum é pegar o lápis com o dedo polegar sobre o dedo do meio, ou em forma de pinça, com o indicador e o polegar.
5- Praticar a escrita pelo menos três vezes por semana
Faça exercícios de caligrafia, com repetição de linhas e traços. Outra orientação dos especialistas para incentivar a escrita é inserir a leitura e o desenho à mão livre na rotina das crianças.
6- Estimular brincadeiras e desafios no papel
Brincadeiras tradicionais também podem ajudar a melhorar a caligrafia das crianças. Ligar os pontos em figuras, fazer palavras cruzadas e brincar de forca são formas divertidas de manusear melhor o lápis.
7- Usar também livros de ilustração ou caligrafia
Há um grande número de livros com traços e ilustrações que ajudam a exercitar a caligrafia. Além disso, muitos deles também estimulam outras habilidades motoras finas – como colorir e desenhar.
8- Estimular as habilidades artísticas das crianças
Pintar ou fazer esculturas não apenas exercitam a criatividade como também ajudam a melhorar a coordenação, o que influencia positivamente a caligrafia.
9- Evitar a pressão
Tenha em mente que a calma e a paciência vão ajudar os filhos a se sentirem mais seguros e capazes. Apressá-los a escrever bem e rapidamente pode ser não ser muito produtivo e ainda causar uma frustração desnecessária.
10- Ficar atento a questões de aprendizagem
Muitas crianças têm problemas com a caligrafia que podem esconder dificuldades de ortografia ou problemas de atenção. Uma escrita com problemas também pode refletir falta de interesse nas questões escolares.
Caligrafia e digitação: como relacionar para as crianças?
Na alfabetização, os pequenos começam pela letra bastão (de forma) e, mais tarde, passam para a cursiva, que exige movimentos mais precisos e elaborados. Ainda que as crianças tenham cada vez mais intimidade com a digitação, é importante que a escrita faça parte da educação para que elas entendam o que está por trás desse processo.
É como ensinar matemática. Especialistas defendem que, apesar da existência da calculadora – que oferece os resultados prontos – é preciso aprender a fazer as operações matemáticas para ter a noção quantitativa e desenvolver raciocínio lógico, por exemplo.
Além de ativar diferentes áreas do cérebro, escrever de maneira tradicional, com lápis ou caneta, traz outras vantagens. A atividade exige maior concentração e, dessa forma, facilita a compreensão e aprendizado.
Já imaginou ganhar um cartão escrito à mão do seu filhote? Ou já fez alguma ilustração ou cartão com sua criança? Esse pode ser um momento de aprendizado de vocês e uma boa oportunidade de fazer algo juntos💛