Criação com apego: o abraço que mães, pais e filhos precisam
A criação com apego é quase instintiva na parentalidade. Como não nos apegarmos àqueles serzinhos tão indefesos buscando nosso colo? E eles, como não vão se apegar aos adultos que oferecem alimento, aconchego e segurança?
Se apego é instinto e amor, por que é tão questionado pela sociedade? Uma explicação é a multiplicação de teorias e técnicas mais racionais para disciplinar crianças desde bebês.
Não são poucas as frases que ouvimos e que põem em dúvida o instinto de cuidar e proteger a cria: “Não dá tanto colo, para não ficar mimado”; “Tem que deixar chorar para aprender a dormir sozinho”; “Essa criança está muito grande para dormir com os pais”.
Se por um lado esses conselhos vêm com a boa intenção de ajudar na independência de mães e filhos, por outro, se tornam uma pressão a mais sobre um suposto jeito certo de fazer as coisas.
Nesse contexto, emergiu a teoria da criação com apego, que ganhou muitas mães e pais dispostos a acolher seus sentimentos e os das crianças. Em resumo, a teoria prega que crianças acolhidas desde a primeira infância se tornam adultos seguros de si e emocionalmente mais fortes.
Vamos entender mais? Este texto foi escrito a partir do conteúdo original de Baby And Me sobre 8 pilares fundamentais da criação com apego. Boa leitura!
A regra número 1… não existe!
Isso mesmo. A criação com apego não tem manuais ou roteiros definidos. De fato, ela se baseia em oito pilares. Mas você pode adequá-los à sua rotina familiar da forma que fizer mais sentido para todos.
Seguir qualquer manual à risca pode causar descompasso com o ritmo exato de cada criança, porque cada uma tem seu desenvolvimento próprio. A ideia é filtrar o que faz sentido para a sua realidade e a do seu filho ou filha e, então, incluir as práticas no dia a dia.
Agora que você entendeu a essência da criação com apego, vamos conhecer os oito pilares :)
1. A criação com apego já começa na gestação!
A gestação entra nessa? Claro! A criança já começa a se desenvolver ali, mesmo que em um âmbito primário, por isso é importante que a família esteja se preparando para recebê-la. Chamamos essa fase de pré-nascimento.
Nesse momento, mais importante do que preparar a decoração do quarto é estudar sobre tipos de parto e cuidados com a criança, se preparando para os desafios que tudo isso traz.
A preparação emocional também faz parte disso. Conecte-se com sua criança interior.
Ah, se você sente algum desconforto quando pensa na sua infância, não hesite em buscar a ajuda de um psicólogo ou psicóloga, tá bem?
Às vezes, podemos passar nossos incômodos adiante para as crianças, sem perceber – o que acaba sendo um ponto de dificuldade na criação.
2. Leite materno: muito mais que alimento!
A amamentação é uma das fases mais fortes de vínculo entre uma mãe e um bebê. Amamentar também é cuidar, proteger e passar confiança, segurança e amor.
Converse sempre com o pediatra do seu filho e tire suas dúvidas sobre leite materno e amamentação.
3. Entender e acolher o choro
“Será que deixo o bebê chorando no berço? Devo ignorar? Devemos ficar atentos para não criar uma futura criança mimada?” Em teoria, não deveríamos deixar nenhum ser humano chorando sozinho, não é?
Bem, com os bebês, funciona igual. Eles ficam ainda mais estressados, angustiados e ansiosos quando choram e não recebem atenção. Além, é claro, do estresse emocional que se assemelha a uma “tortura” para eles.
Precisamos, então, respeitar o momento de choro, acolhendo com sensibilidade e oferecendo à criança, ao invés de punição, segurança.
4.Tato: o estímulo sensorial que faz toda a diferença
O famoso “pele com pele” ajuda a criar laços muito fortes – tanto para as crianças quanto para nós, adultos.
O sling de argolas ou wraps para carregar as crianças, os banhos no colo, carinhos, abraços e massagens são muito recomendados para o contato afetivo. Experimente encaixá-los em sua rotina. 😊
5. Soninho tranquilo e seguro
Já ouviu falar em co-sleeping? A hora de dormir acaba sendo um momento de insegurança para muitos bebês, principalmente para os recém-nascidos.
Essa prática consiste na proximidade entre a família e o bebê na hora de dormir, com o berço ou moisés posicionados perto da cama ou, ainda, com uma cama compartilhada, para todo mundo dormir junto.
Isso ajuda a tranquilizar a criança e a aumentar a qualidade do sono!
6. Laços emocionais consistentes
Sabemos que é difícil disponibilizar tempo integral aos nossos filhos. Por isso, a dica aqui é contar com a ajuda de pessoas com quem a criança tenha laços afetivos reais e sinceros. Podem ser avós, tias ou babás: é muito importante investir nesta descoberta e alimentar essas conexões.
Vale lembrar aqui que, muitas vezes, a despedida entre a criança e a babá ou cuidadora temporária pode ser dolorosa, especialmente quando existe apego envolvido. Por isso, na medida do possível, procure manter uma pessoa fixa para esses cuidados. E, é claro, quando for o momento de ficar junto da família, lembre-se de prestar atenção e brincar com a criança. É um ato valioso para elas.
7. Comunicação verbal e respeitosa para resolver!
Ou seja: nada de aplicar castigos físicos ou falas agressivas. Incentivar o diálogo e tratar a criança como gostaríamos de ser tratados é um dos conceitos abordados na disciplina positiva e também na criação com apego.
Nem sempre vai ser fácil: as crianças podem fazer birra e apresentar resistência. Mas o importante é insistir e mostrar que, com uma boa conversa, as coisas se resolvem.
8. Balanceando o tempo em família e a vida pessoal
Cultivar momentos pessoais, profissionais e em família é muito importante – mas nunca tudo junto e ao mesmo tempo.
Isso pode acabar sobrecarregando os pais, mães e cuidadores, surtindo efeitos contrários aos da educação afetiva e paciente. A dica é dosar o tempo!
Estabeleça prioridades e reserve um tempo do dia ou semana só para a sua família: assim, você conseguirá focar 100% da sua atenção no momento presente. 👪
E aí, acha que a criação com apego deu match com sua rotina?
Você pode entrar em nossa rede de carinho para conversar com outros pais e mães sobre o assunto ❤
Quer ajuda para entender o que o seu bebê está sentindo? Leia no Portal Baby and Me: Como Ler a Linguagem de Sinais do Bebê.
Lembre-se! As dicas não substituem uma avaliação profissional. Não deixe de consultar o pediatra ou nutricionista de seu filho para obter orientações individualizadas.