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Para mães e pais 
em fase de crescimento.

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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Adolescência: estamos prontos para esse turbilhão de emoções?

Ninhos do Brasil NB
Um menino está fazendo uma pose de braços abertos em frente ao celular, que está apoiado em um tripé com ring light.

De repente, a adolescência dos filhos. Respostas atravessadas, voz desafinando, corpo diferente, estirão, menstruação, ereção, pelos, vergonha dos pais… 

Prepare seu coração: mais do que mudanças físicas típicas da puberdade, a adolescência traz grandes mudanças psicológicas e sociais. E isso pode ser ótimo. 

A adolescência dos filhos é uma grande oportunidade para relembrarmos nossa própria experiência de crescimento. Ah, no meu tempo… É o momento de olharmos para trás e para dentro de nós e decidir o que queremos – ou não – para nossos filhos. 

Mas, antes de entrar nessa viagem saudosista, vamos entender melhor essa fase?

O que é adolescência?

A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta. 

Enquanto a noção de puberdade está diretamente ligada às mudanças biológicas, a adolescência é considerada uma construção social. 

Curiosidade: o termo “adolescente” foi criado pelo psiquiatra Granville Stanley Hall, em 1898. No entanto, a palavra – e mesmo a ideia – de uma fase de transição entre a infância e a vida adulta só se popularizou mesmo depois da Segunda Guerra Mundial. A adolescência, assim conhecida, tem só uns 70 anos de idade e é fruto da revolução cultural embalada pelo rock and roll que mobilizou os mais jovens lá pelos anos 1950/1960. 

O conceito de adolescência parte do entendimento de que o crescimento do corpo não nos torna automaticamente adultos. Olhar para essa transição é reconhecer mudanças comportamentais, que até podem estar associadas às mudanças biológicas, mas que trazem junto consequências psicológicas e sociais.

Por um lado, a adolescência significa perder algumas comodidades da infância. Por outro, esse é um período de descobertas e construção de identidade

Nesse processo de perdas e ganhos, alguns embates entre gerações e até um certo afastamento dos pais podem acontecer. Muita calma nessa hora. Como veremos adiante, isso é plenamente normal. Cabe a nós saber como lidar.

Com quantos anos começa a adolescência? 

Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência é o período que vai dos 10 aos 19 anos de idade. 

Já para efeitos legais, o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil considera crianças as pessoas até 12 anos de idade, e adolescentes as pessoas entre 12 e 18 anos de idade.

Essa fase da vida pode ser dividida ainda em subfases:

  • Pré-adolescência – por volta dos 10 aos 14 anos
  • Adolescência – por volta dos 15 aos 19 anos completos
  • Juventude – entre os 19 e os 24 anos

Porém, os marcos etários da adolescência podem variar de pessoa para pessoa. Isso vai depender das questões hormonais e de desenvolvimento do corpo, mas também de fatores sociais e culturais, que muitas vezes aceleram o amadurecimento. 

Entre os fatores sociais que levam ao encurtamento da adolescência, pode-se citar a necessidade de trabalhar para ajudar em casa e o casamento e a gestação precoces. Definitivamente, os adolescentes não são todos iguais. 

O que é normal na adolescência? 

As mudanças são tantas que muitas vezes geram estranhamento e preocupações entre mães e pais. “Será que isso é normal?”, perguntam-se alguns.

São tantas as mudanças normais da adolescência que foi criado um nome que parece de doença: "Síndrome da Adolescência Normal”. O conceito está descrito no livro “Adolescência Normal, um enfoque psicanalítico”, de Arminda Aberastury e Maurício Knobel, publicado pela primeira vez em 1981.

Confira alguns “sintomas” de adolescência normal

  • Mudanças físicas – aumento da fome e necessidade de dormir mais horas, acne, pelos, mudança de voz, crescimento do pênis e do saco escrotal, crescimento dos quadris e seios e aquele famoso estirão são alguns exemplos das mudanças físicas pelas quais passam os adolescentes.
  • Busca de identidade – o adolescente tenta encontrar seu lugar no mundo, descobrir quem realmente é, do que gosta, no que acredita.
  • Separação dos pais – progressiva ou brusca, essa separação faz parte da busca por identidade própria. O adolescente começa a enxergar com mais clareza as “falhas” dos pais.
  • Necessidade de identificação com um grupo – ao se separar dos pais, o adolescente tende a buscar identificação com outros grupos. Assim, ele pode passar por diferentes tribos, simultânea ou sequencialmente.
  • Questionamento acerca da religiosidade – ou da falta dela na família. É comum que o adolescente experimente adotar um caminho diferente dos pais, tornando-se “ateu intransigente” ou “místico fervoroso”, por exemplo.
  • Evolução sexual – os hormônios da puberdade despertam interesse sexual, fantasias e masturbação. A adolescência é o momento em que a pessoa começa a pensar em se relacionar amorosa e/ou sexualmente com outras pessoas.

Entenda a diferença entre identidade e expressão de gênero, orientação sexual e afetiva e sexo biológico e saiba como conversar com as crianças e adolescentes sobre o assunto!

  • Atitude social reivindicatória – na escola, em casa e em outros ambientes: ao identificar mazelas sociais, é natural que o adolescente queira mudar o mundo ao seu redor. Pode surgir interesse por política ou movimentos sociais.
  • Necessidade de intelectualizar e fantasiar – é a forma que muitos adolescentes encontram para lidar com tantas mudanças e angústias. Não raro, surgem jovens poetas, letristas e escritores nessa faixa etária.
  • Deslocamento temporal – sentimento de urgência e de “agora ou nunca”, que pode levar a condutas perigosas, como consumo de drogas e sexo sem proteção, por exemplo.
  • Atitudes contraditórias – a personalidade adolescente ainda está em formação e é permeável a influências, que podem levar a contradições entre palavras e condutas.
  • Flutuações de humor e momentos depressivos – normalmente são formas de lidar com os “lutos da adolescência”, como a perda do corpo infantil e o distanciamento dos pais da infância. Porém, atenção: se a fase depressiva permanecer por mais tempo, levando o adolescente ao isolamento social, é bom procurar uma orientação médica ou psicológica.

Por que adolescência é uma fase difícil? 

A lista de mudanças que acontecem durante a adolescência, como vimos, é enorme. Perde-se o corpo, a identidade e até a proteção externa que se tinha na infância. Por outro lado, surgem maiores responsabilidades e cobranças. 

Além de tudo já listado, ainda há a pressão para se pensar em uma carreira a seguir e as primeiras desilusões amorosas. E esses são só alguns dos dilemas desse período.

Viver tudo isso, somado ao sentimento de imediatismo, típico da idade, pode abrir espaço para escapes perigosos. Drogas e comportamentos perigosos estão entre as maiores preocupações de pais e mães. É preciso estar atento.

Como lidar com a adolescência dos filhos? 

Lidar com adolescentes de forma acolhedora e ao mesmo tempo dar autonomia e liberdade para o filho crescer requer maturidade dos pais. 

É a hora de lembrar o que vivemos na nossa própria adolescência, e conversar com eles abertamente sobre os nossos próprios dilemas. Isso ajuda o jovem a ver que não está sozinho. 

Como mães e pais, precisamos equilibrar as expectativas que temos para os filhos e controlar o ímpeto de superproteção que ainda ecoa do tempo em que eles eram crianças. É preciso dar suporte, mas deixar eles tomarem suas próprias decisões e arcarem com as eventuais consequências.

Mas nem tudo precisa ser tão difícil ou pesado. Famílias que trabalham a relação de diálogo, intimidade, confiança e acolhimento desde a infância tendem a passar pela adolescência dos filhos com mais tranquilidade.

Essa construção prévia também ajuda muito os próprios adolescentes a lidarem com as mudanças. Afinal, saber que podem contar com pais dispostos a ouvir e acolher ajuda muito na construção da autoestima.

3 filmes de adolescência para entrar nesse mundo

Ufa, grandes emoções estão por vir. Além de lembrar do nosso próprio passado, precisamos nos atualizar sobre os dilemas da adolescência contemporânea. Aqui, deixamos três sugestões de produções audiovisuais recentes para ajudar a entender o que pode estar nos aguardando.

Leonardo, um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel chega ao colégio, novos sentimentos começam a surgir no protagonista, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade. 

O inexperiente Otis entende tudo de aconselhamento sexual, graças à sua mãe sexóloga. Mas, na prática, se vê numa sequência de confusões. Ele se junta com a rebelde Maeve para abrir uma clínica de terapia sexual na escola. 

  • Big Mouth – Série animada. 5 temporadas (a primeira é de 2016)

Uma turma de amigos vive as alegrias da adolescência cercada pelas angústias atiçadas pelos "monstrinhos da puberdade” nesta comédia dos amigos Nick Kroll e Andrew Goldberg.

E uma dica extra: assistir junto dos filhos é uma boa maneira de introduzir conversas difíceis. Aliás, a dica também vale para despertar a empatia dos filhos em relação aos pais.

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