O que é inclusão escolar e por que ela é importante?
Quando ouvimos falar sobre inclusão escolar, muitas vezes, o primeiro pensamento que vem à mente é: elaborar atividades diferenciadas e voltadas aos alunos com alguma deficiência. Não é?
A verdade é que, além de não se tratar de atender um público específico, também não se trata apenas de modificar o currículo de uma instituição e seu corpo de funcionários.
A inclusão escolar está relacionada ao acesso e à permanência dos alunos na escola, respeitando as diferenças e especificidades de cada estudante.
É muito importante lembrar que a inclusão escolar não é um favor que se faz ao estudante, mas uma obrigatoriedade da instituição. É a promoção de uma convivência igualitária. Não se trata somente de inserção, mas de acessibilidade e permanência de todos os alunos e alunas na escola.
A base teórica da inclusão escolar: tudo começa no discurso
O discurso de que todos nós somos iguais não cabe em lugar algum, muito menos no ambiente escolar. Somos todos diferentes e esse é o “X” da questão: é preciso ensinar às nossas crianças que somos diferentes em etnia, credo, gênero, características físicas e tantas outras coisas.
Dizer que somos todos iguais pode gerar o efeito reverso, incentivando a segregação ao invés da inclusão.
Pensando por esse ângulo, conseguimos perceber que não faz sentido impor que crianças com deficiência estudem numa escola especializada, barrando seu direito à escola regular.
Essa seria uma forma de privá-las da sua socialização com outras crianças, bem como de banir as crianças com e sem deficiência do processo da inclusão escolar. Afinal, se elas não interagem, a integração não existe.
Mesmo assim, seria utópico dizer que qualquer escola está apta a unir todas as crianças. Porém, todas devem buscar isso: é de extrema importância que a instituição procure se preparar para recebê-las.
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Inclusão escolar: como implementar esse conceito?
Lembra que comecei falando que “inclusão escolar” não se trata de “atividade diferenciada''? Isso é porque ela vai além das atividades. A verdadeira inclusão acontece quando preparamos os professores com formação continuada, recursos e auxílio em sala de aula.
O preparo deve estender-se a toda a comunidade escolar, favorecendo um olhar amplo do que é a deficiência. Mesmo porque, ao contrário do que muitos pensam, uma deficiência não se resume apenas a limitações físicas.
É importante dispor de um currículo em que haja a acessibilidade garantida para todos os alunos (sem distinção), materiais pedagógicos que contemplem as necessidades específicas de cada estudante e trabalhar com as habilidades em potencial deles (o que eu acredito ser o mais importante).
Não podemos olhar para a deficiência como se ela fosse um impedimento, algo que impossibilita o aluno de mostrar seus aprendizados e potencialidades. Mas, para chegarmos a esse patamar, é preciso um longo processo de desconstrução de ideologias.
E o motivo para isso é estrutural: a sociedade tende a olhar para a criança com deficiência com piedade, como se ela fosse incapaz. E esse pensamento se converte em ações capacitistas.
A escola é um lugar de pluralidade, de aprendizagem e de reconhecimento!
Quando promovemos a “inclusão escolar” estamos possibilitando o lugar da pessoa com deficiência na sociedade, promovemos igualdade, avanços na educação e construção de uma sociedade mais igualitária.
Considerações sobre a importância da inclusão escolar
Por que tudo isso é importante? É justamente para que cada cidadão tenha seu espaço, suas individualidades respeitadas e o direito à vivência plena em sociedade.
Devemos ter em mente que a inclusão escolar não traz benefícios apenas para a criança com deficiência, mas a todos que fazem parte do seu convívio escolar.
O crescimento e o aprendizado são mútuos e é isso que faz a diferença na sociedade em que estamos inseridos.
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