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Para mães e pais 
em fase de crescimento.

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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Aprender brincando é possível, eficaz e divertido. Veja como!

Ninhos do Brasil NB
Duas meninas cantam usando o microfone, uma das formas de aprender brincando.

Aprender brincando não torna o aprendizado menos sério. Pelo contrário: torna a fixação de conteúdos muito mais fácil. 

Por isso, na infância, brincar é compromisso. Não precisa delimitar fronteiras tão rígidas entre a hora de brincar e hora de estudar.

Mas o que se aprende assim? Basicamente tudo! A psicopedagoga Monique Gonçalves lista uma série de aprendizados que acontecem de forma lúdica. 

Brincando, a criança aprende a ter empatia e experimentar diferentes papéis sociais, a ganhar, perder, tentar de novo, seguir regras. Desenvolve ainda a coordenação motora, noção espacial, autoconfiança, estratégia, entre muitas outras habilidades sociais e cognitivas essenciais à nossa presença no mundo.

Aprender a perder e a ganhar brincando

Nos jogos e na vida, às vezes ganhamos e outras vezes perdemos. As brincadeiras de infância são uma boa oportunidade para ensinar aos pequenos como serem bons vencedores e também bons perdedores. 

Confira 5 dicas para ajudar seu filho ou filha a lidar com a frustração da derrota e também a vencer de forma amigável.

  1. Conversar sobre as regras antes de uma partida: avise que um vai vencer e outro vai perder, mas que o que importa é a diversão e o aprendizado.
  2. Dar um bom exemplo: se você ou seu time perder uma partida, fale como você está se sentindo, mas evite gritos, brigas ou questionar as regras. Depois de falar sobre a sua frustração, tente lembrar os pontos bons da partida ou de vezes em que você também ganhou. Cumprimentar o adversário pela vitória também é importante. Da mesma forma, quando ganhar, evite zombar de quem perdeu. Assim, a criança verá que tanto vencer como perder são consequências normais do jogo. 
  3. Não deixar a criança ganhar todas as partidas de propósito: é tentador fingir que perdeu só para deixar seu filho feliz com a vitória (e não ter que lidar com a frustração). Mas, no longo prazo, isso pode atrapalhar a capacidade de resiliência e de compreensão das regras.
  4. Abraçar e acolher: sim, é normal ficar triste com a derrota, e esse sentimento precisa ser validado. Se a criança chorar ou falar em desistir, aproveite para falar de vezes em que você também perdeu e persistiu.
  5. Reconhecer os pontos fortes: mesmo diante da derrota, convide a criança a olhar para os pontos positivos. Por exemplo: “olha, você conseguiu fazer vários pontos também”, “essa jogada foi muito boa”, “treinando mais, acho que você pode conseguir”.

Além dessas habilidades sociais tão importantes, a brincadeira também permite o aprendizado de conteúdos curriculares. Noções de matemática, letras, ciências, geografia, artes: tudo pode entrar na brincadeira! Vamos ver?

Por que é importante aprender brincando?

Aprender brincando é uma forma de pedagogia ativa, ou seja, que envolve a pessoa com aquilo que está sendo ensinado. O contrário disso é o aprendizado passivo, que envolve apenas ler e ouvir sobre o assunto, que costuma ser bem menos eficaz.

De acordo com a Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser, tendemos a absorver: 

  • 10% daquilo que lemos; 
  • 20% daquilo que ouvimos;
  • 30% daquilo que observamos;
  • 50% daquilo que vemos e ouvimos;
  • 70% daquilo que debatemos com outros; 
  • 80% daquilo que escrevemos ou interpretamos; 
  • 95% daquilo que ensinamos aos outros. 

Com as crianças não é diferente: tudo aquilo que elas experimentam, conversam e explicam para os coleguinhas do seu jeito é melhor fixado. E grande parte das escolas já incorporam isso nas suas metodologias de ensino.

Como aprender brincando?

Claro que esses percentuais da pirâmide de Glasser não são estanques e que cada criança tem seu próprio ritmo e estilo de aprendizagem. Algumas são mais visuais, outras mais auditivas e outras são cinestésicas (ou seja, aprendem com o corpo todo), conforme explica Monique Gonçalves.

Explorando todos os sentidos, é possível aprender brincando. Ao criar ambientes estimulantes e educativos, permite-se que a criança explore diferentes tipos de conteúdo.

Foi assim que o Pietro aprendeu a ler com 3 anos de idade! Tudo bem que esse feito é inesperado, já que a alfabetização praticada nas escolas começa em geral aos 6 anos, mas pode acontecer em algumas situações. 

A mãe do Pietro, a jornalista Ana Gissoni, contou numa sequência de três posts no Instagram @debaixodoguardachuva um pouco do processo, que aconteceu em plena pandemia em meio a brincadeiras:

“Desde muito novinho, antes mesmo de saber falar direito, eu percebia que Pietro se interessava muito por números e letras. Ele tinha um tatame de letras e alguns jogos virtuais com números e letras e eu ia falando que letra é, de que palavra era, contando com ele, bem na brincadeira. Sempre coloquei músicas com legenda e fui cantando junto. Ele aprendeu a contar até 10 (e depois até 100... 1000... foi sacando a lógica) porque eu contava até 10 pra ele aprender a se acalmar e esperar”, relata.

Hoje com 4 anos, o menino ama incluir a escrita nas suas brincadeiras, com plaquinhas, bilhetes, gibis. Mas a própria Ana ressalta a importância de não promover comparações entre as crianças: “Cada criança tem um tipo de habilidade, aptidão e aprende as coisas da sua maneira”. E no caso dela, tudo aconteceu de forma muito natural, sem pressão.

Atividades para aprender brincando em família

Com o fechamento das escolas durante o isolamento social, muitas mães e pais se viraram com a responsabilidade de ensinar conteúdos curriculares a seus filhos. E foi tenso, né?

Com o retorno das aulas presenciais, ensinar conteúdos curriculares deixa de ser uma pressão e aprender brincando volta a ser uma diversão para a família inteira. Confira algumas dicas:

Aprender a ler brincando

Que tal criar um ambiente com letras para despertar a curiosidade das crianças? Vale tatames de letras no chão, blocos, quadros e cartazes semelhantes àqueles que existem na escola, com a letra e palavras iniciadas com elas.

Quebra-cabeças que associam imagem a palavras também abrem o caminho para a aprendizagem gradual do alfabeto. 

Além disso, é importante ler bastante para a criança. Passe o dedo pelas palavras que estiver lendo, comente quando virem letras já conhecidas, como as do nome da criança. Mas não force muitas explicações, espere as perguntas surgirem.

Leia também:

Aprender inglês brincando

É possível inserir um segundo idioma de forma lúdica. De quebra, é uma oportunidade para os adultos também aprenderem ou exercitarem!

Músicas infantis em inglês, ou mesmo outras músicas que agradem aos pais e às crianças são uma ótima forma de treinar o ouvido e a pronúncia.

Jogos de memória que ligam palavras em inglês a imagens ajudam a reforçar o vocabulário, enquanto brincadeiras como palavras cruzadas fixam a grafia correta das palavras. Por fim, livros ilustrados em inglês também são ótimos para pais e filhos observarem a construção de frases em outro idioma. 

Aprender matemática brincando

A matemática está em tudo! No número de pontos em jogos, nos dados, no número de peças ou cartas que cada jogador tem. E, claro, nos dedos! 

Com os mais novinhos, é interessante contar e numerar as peças de qualquer brinquedo. Aos poucos, passe a comentar, por exemplo: “Vou te dar mais uma peça, você tinha quatro, com mais uma vai ficar com cinco”, ou “vou tirar uma peça e ficar com três”. Assim as noções de adição ou subtração começam a ser inseridas. 

Entre os mais crescidos, jogos de baralho também são um excelente exercício, como o Escova, em que as cartas precisam somar 15.

A divisão e a multiplicação também podem ser introduzidas já na distribuição das cartas de um jogo. Por exemplo, se forem 3 jogadores e 27 cartas, com quantas cartas cada um ficará?

O mesmo pode ser feito na hora da refeição, dividindo unidades e porções de alimentos.

A matemática também está no dia a dia, como nas receitas, nas listas de compras e na educação financeira. Veja mais dicas para ensinar matemática de forma divertida: Matemática para crianças: como tornar a matéria mais divertida?

Aprender química brincando

O que são as misturas mágicas que se transformam em bolo, senão química aplicada? Mas, para tornar a química ainda mais divertida, que tal fazer um vulcão com massinha de modelar caseira?

O Museu Catavento fez uma demonstração no YouTube de como fazer. É simples: 

Para a massinha de modelar, você vai precisar de uma xícara de farinha de trigo, meia xícara de sal, uma colher de sopa de óleo e água até dar o ponto. Para chegar na cor marrom do vulcão, você pode usar corante alimentício, pó de chocolate ou misturar o vermelho da beterraba com o verde da couve!

Misture bem e a mágica (ops, a química) está pronta, basta modelar o vulcão e colocar um copinho ou garrafinha no meio para colocar a lava.

Para a lava do vulcão, vá adicionando no centro do vulcão: bicarbonato de sódio, corante (ou tinta) e, por fim, o vinagre. A erupção acontecerá quando entrarem em contato! 

Para os pequenos, a experiência pode ser feita sem maiores explicações, só pela brincadeira. Para os maiores, já é possível entrar na explicação química: um dos produtos da mistura do bicarbonato de sódio com o vinagre é o gás dióxido de carbono (CO2), que gera a efervescência. Legal, né?

Assim como esse, outros experimentos podem ser feitos em casa estimulando a imaginação do seu pequeno cientista. 

Além de receitas caseiras que podem ser pesquisadas na internet ou em livros específicos, brinquedos com laboratório de química podem ser um ótimo estímulo!

Para os mais velhos, quando chega a hora de fixar melhor as fórmulas químicas, jogos como dominós e bingos, bem como musiquinhas para lembrar a tabela periódica, são bons recursos lúdicos para a sala de aula ou para as brincadeiras em família. Não lembra nada de química? Sem problemas: peça para seu filho explicar! Afinal, essa é a melhor forma de memorização!

Jogos para aprender brincando

A verdade é que jogos como memória, dominó, palavras-cruzadas e quebra-cabeças podem ser adaptados para ensinar qualquer matéria. 

Jogos de adivinhação e caça ao tesouro com perguntas e pistas são ótimos recursos que podem ser adaptados conforme a idade. Quer ver?

Brincadeiras com palavras e rimas podem servir de pistas para encontrar objetos escondidos numa caça ao tesouro. Por exemplo: 

  1. O objeto poderia estar no primeiro, segundo, ou terceiro. Mas está no ____ (resposta: quarto!). 
  2. O objeto está dentro de algo que rima com a sala, mas está no quarto! (resposta: mala!)
  3. Procure a próxima dica atrás do sétimo carrinho.

A caça ao tesouro também pode ter um mapa da casa, que ajuda na noção espacial e de escala. Enfim, não há limites para o aprendizado e para a diversão.

Mas atenção, mamães, papais e cuidadores em geral: nem toda brincadeira precisa ser educativa e ensinar algo o tempo inteiro. Ou pelo menos não algo necessariamente planejado ou esperado. 

O legal do brincar livre é a criatividade e as descobertas espontâneas que surgem a partir daí. E uma dessas descobertas pode ser simplesmente de que brincar é divertido, nos faz rir, relaxar e ter bons momentos. Aproveite junto!


Brincar e estudar junto, além de fixar conteúdos, é uma forma de fortalecer o vínculo entre pais e filhos. Entenda como isso acontece:

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